A variante Delta do coronavírus que provoca a covid-19 é dominante em todas as regiões do país desde o dia 09 de agosto, com uma frequência relativa de 100%, segundo um relatório do INSA hoje divulgado.
Segundo o último relatório de situação sobre diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal, do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a variante Delta apresenta uma frequência relativa de 100% na semana 34 (23 a 29 de agosto) em todas as regiões, uma situação verificada desde a semana 32 (09 a 15 de agosto).
Do total de sequências da variante Delta analisadas até à data, 66 apresentam a mutação adicional K417N na proteína Spike (sub-linhagem AY.1), refere o relatório publicado no ‘site’ do INSA, adiantando que esta sublinhagem tem mantido uma frequência relativa abaixo de 1% desde a semana de 14 a 20 de junho.
De acordo com os investigadores do INSA, a frequência relativa das variantes Beta (B.1.351) e Gamma (P.1), associadas inicialmente à África do Sul e ao Brasil (Manaus), mantém-se baixa e sem tendência crescente, sendo que até à data, não foram detetados quaisquer casos destas duas variantes nas amostragens das semanas desde 09 agosto até 29 de agosto.
Os investigadores do Núcleo de Bioinformática do Departamento de Doenças Infeciosas do INSA analisaram, até à data, 15.814 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 303 concelhos de Portugal.
No âmbito da monitorização contínua da diversidade genética do SARS-CoV-2, o INSA tem analisado uma média de 554 sequências por semana desde o início de junho de 2021, provenientes de amostras colhidas aleatoriamente em laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo uma média de 124 concelhos por semana.
A partir de junho, o INSA adotou uma nova estratégia de monitorização contínua da diversidade genética do novo coronavírus em Portugal, a qual assenta em amostragem semanais de amplitude nacional.
“Esta abordagem permitirá uma melhor caracterização genética do SARS-CoV-2, uma vez que os dados serão analisados continuamente, deixando de existir intervalos temporais entre análises”, sublinha o INSA.
O “Estudo da diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 (covid-19) em Portugal” está a ser realizado pelo INSA desde abril de 2020 com “o objetivo principal de determinar os perfis mutacionais do SARS-CoV-2 para identificação e monitorização de cadeias de transmissão do novo coronavírus, bem como identificação de novas introduções do vírus em Portugal”.
A covid-19 provocou pelo menos 4.574.225 mortes em todo o mundo, entre mais de 221,13 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.810 pessoas e foram contabilizados 1.047.710 casos de infeção confirmados, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.