O prémio de Região Empreendedora Europeia (EER, na sigla em inglês) reconhece um percurso feito, mas também uma visão de futuro. Castelo Branco, “com o seu dinâmico sector agro-alimentar e com o seu forte compromisso político com a mudança verde”, tem “grande potencial para conseguir uma “recuperação pós-pandémica sustentável. São estes alguns dos fundamentos que levaram o Comité das Regiões Europeu (CRE) a atribuir a esta cidade do interior da região centro o prémio EER, uma distinção que, a nível nacional, só tinha vindo para Lisboa, em 2015.
A atribuição do prémio a Castelo Branco, que é reconhecida juntamente com outras cinco regiões europeias, foi anunciada nesta quinta-feira, na reunião plenária do CRE, que decorreu em formato online. O tema do prémio é “Empreendedorismo para uma recuperação sustentável”, e, excepcionalmente, por causa da pandemia, a edição de 2021 cobre dois anos.
Ao PÚBLICO o presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, José Alves, considera que este é o reconhecimento “do trabalho de Castelo Branco no empreendedorismo”, tanto no plano das infra-estruturas, como na cooperação entre instituições – um percurso que tem envolvido entidades como o Instituto Politécnico de Castelo Branco, a Associação Empresarial da Beira Baixa, a Associação Industrial de Castelo Branco ou o Instituto de Soldadura e Qualidade.
O autarca sublinha igualmente que há uma base tecnológica para sustentar esse percurso, dando como exemplo o Centro de Apoio Tecnológico Agro-Alimentar (CATAA). Também os sectores social (com a construção do Centro de Oportunidades Sociais, que está em curso) e cultural (com a Fábrica da Criatividade, “um referencial para as indústrias performativas”) fazem parte deste esforço.
O CRE destaca a incubação de start-ups, o fomento de actividades para promover o empreendedorismo entre os mais jovens e a criação de sinergias, tanto no tecido empresarial como com outras regiões. E, como o contexto geográfico também importa, é também evidenciada a cooperação transfronteiriça, nomeadamente com a Estremadura.
“Diz-se que o país está muito virado para o litoral, mas temos aqui um nicho de projectos inovadores [que podem ajudar Castelo Branco a ser uma cidade mais atractiva]”, explica José Alves.
O júri do EER é constituído por membros do Comité das Regiões, por representantes das instituições europeias, parceiros sociais e associações empresariais e tem por objectivo proporcionar aos vencedores uma “visão exterior das suas políticas e do progresso feito ao longo desse ano”.
Para atribuir o Prémio EER, o Comité das Regiões Europeu convida os candidatos a submeter a sua estratégia para desenvolver o respectivo potencial empreendedor “através de acções sustentáveis e credíveis”.