Câmara de Seia declara situação de alerta devido aos incêndios

Por causa de várias aldeias em risco, sendo que as chamas já destruíram pavilhão de fábrica têxtil.

A Câmara Municipal de Seia declarou este domingo a situação de alerta no seu território devido aos incêndios que estão a originar uma situação “muito complicada”, com aldeias em risco.

O presidente da autarquia de Seia, Carlos Filipe Camelo, disse à agência Lusa, que devido aos fogos rurais que atingem o território concelhio, localizado na área da Serra da Estrela, no distrito da Guarda, a situação “está muito complicada”.

O autarca referiu, pelas 19h00, que as chamas estavam próximas de aldeias como Paranhos da Beira e Pereiro, onde apontava a existência de “complicações”.

Segundo Carlos Filipe Camelo, para além do vento que por vezes soprava forte, no terreno “há dificuldades” e “há falta de meios” para apagar as chamas.

Sobre o estado de alerta decretado pelo presidente da Câmara Municipal de Seia, a autarquia refere, em nota enviada à agência Lusa, que o mesmo surge na sequência da ocorrência de dois incêndios florestais no concelho, “dos quais resultaram avultados prejuízos materiais em equipamentos públicos e privados e uma vasta área ardida (ainda por quantificar)”.

A declaração da situação de alerta corresponde às freguesias de Sabugueiro, Pinhanços, Sandomil e União de Freguesias de Torroselo e Folhadosa, Carragosela e Várzea, Sameice e Santa Eulália, Tourais e Lajes, Santiago e Paranhos da Beira, São Martinho e Santa Marinha, Seia, São Romão e Lapa dos Dinheiros.

A decisão do autarca de Seia “produz efeitos imediatos” e é válida “por um período estimado de dois dias a contar da data de assinatura, sem prejuízo de prorrogação na medida do que a evolução da situação concreta o justificar”.

A nota adianta ainda que, na área atingida pelos incêndios, são adotadas medidas preventivas “no sentido das pessoas permanecerem em suas casas, com portas e janelas fechadas, tendo em vista evitar a inalação de fumo”.

“Estes cuidados devem ser redobrados, particularmente no que se refere aos grupos mais vulneráveis”, acrescenta.

A autarquia de Seia adianta que convocou ainda a Comissão Municipal de Proteção Civil local para uma reunião extraordinária, tendo em vista, nomeadamente, “proceder à coordenação política e institucional das ações a desenvolver e decidir quanto à ativação do Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil”.

Segundo a página na internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), pelas 19:50 o incêndio que começou pelas 06:03 no Sabugueiro estava a ser combatido por 306 operacionais e 93 veículos.

O incêndio, que está ativo com quatro frentes, avança numa zona de mato, segundo a fonte.

O outro fogo rural no concelho de Seia começou em Sandomil, pelas 10:26, e está a ser combatido por 140 homens e 45 veículos.

O incêndio com quatro frentes ativas levou ao corte da Estrada Nacional 17, segundo a ANPC.

Aldeia cercada pelas chamas

A aldeia do Sabugueiro, em Seia, foi cercada pelas chamas, este domingo. O incêndio em Seia está com duas frentes ativas e é combatido por mais de 200 bombeiros. As chamas destruíram pavilhão de fábrica têxti na localidade.

O fogo no Parque Natural da Serra da Estrela obrigou a evacuação de um lar de idosos. Mais de 70 pessoas foram retiradas das suas casas. As chamas já se estão a aproximar de outras aldeias.

A Estrada Nacional 17, vulgarmente conhecida por estrada da Beira, está cortada ao trânsito na zona de Seia na sequência de um dos dois incêndios que atingem aquela região, disse fonte da GNR.

Este incêndio, que teve origem em Sandomil, Seia, pouco depois das 10h00, já chegou ao concelho vizinho de Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra, disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Seia.

Chamas destruíram pavilhão de fábrica têxtil

O incêndio que lavra no concelho de Seia destruiu este domingo o pavilhão de uma fábrica têxtil na localidade de Vodra, disse o presidente da Câmara Municipal à agência Lusa.

Segundo o autarca Carlos Filipe Camelo, as chamas atingiram a antiga fábrica têxtil Vodratex e destruíram um pavilhão “dos mais antigos”.

O presidente da autarquia de Seia admitiu que os danos causados pelo fogo não irão comprometer o funcionamento da unidade fabril.

Câmara de Seia aponta para intervenção humana

O presidente da Câmara de Seia, Carlos Filipe Camelo, disse este domingo que a intervenção humana terá estado na causa do incêndio que deflagrou de madrugada no Sabugueiro, naquele concelho.

Sem certezas, o autarca, contudo, disse que um incêndio que começa às 06h00 não acontece por “obra e graça do Espírito Santo”.

“Mas não o posso afirmar perentoriamente (existência de crime)”, disse Carlos Filipe Camelo à agência Lusa.


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