Câmara da Guarda promete “lutar” para localizar Centro de Exposições em antiga fábrica

o autarca Carlos Chaves Monteiro disse aceitar que a localização do CET no Parque Urbano do Rio Diz “pode não ser a solução mais adequada”.

O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Carlos Chaves Monteiro (PSD), prometeu hoje “lutar” para que o futuro Centro de Exposições Transfronteiriço (CET) seja construído na zona de uma antiga fábrica têxtil da cidade.

“A solução primeira, aquela que o executivo sempre defendeu, será exatamente a fábrica da sociedade Têxtil Manuel Rodrigues Tavares. É isso que nós queremos, é por essa [solução] que nós vamos lutar”, afirmou o autarca na reunião da Assembleia Municipal (AM).

Na sexta-feira, o executivo autárquico deliberou, por maioria, desafetar do domínio público uma área de dez mil metros quadrados do Parque Urbano do Rio Diz, para eventual construção do CET.

O autarca justificou essa possibilidade por a solução que apontava para a sua construção nos terrenos de uma antiga fábrica têxtil, na zona do rio Diz, ter sido inviabilizada dado que o espaço, que foi adquirido em 2001 pelo então executivo socialista, pelo valor de dois milhões de euros, nunca foi escriturado e o assunto vai ser discutido pela via judicial.

Hoje, o deputado municipal do BE, Marco Loureiro, apresentou na AM uma moção, que foi aprovada por maioria, com 25 votos a favor, 35 abstenções e quatro contra, que apela ao executivo camarário para que encete “todos os esforços para a rápida e melhor resolução na passagem da propriedade dos terrenos da antiga fábrica Tavares para o município”.

“Se, e somente se, a opção já aprovada e estudada da antiga fábrica Tavares não for uma possibilidade real, avançar para uma outra opção do estudo outrora feito, mas que exclua o Parque Urbano do Rio Diz”, é proposto.

Durante a discussão do assunto, que foi muito falado nos últimos dias nas redes sociais, o autarca Carlos Chaves Monteiro disse aceitar que a localização do CET no Parque Urbano do Rio Diz “pode não ser a solução mais adequada”.

“Tomarei, novamente, nas minhas mãos o dever, a responsabilidade, de continuar com as negociações [com os proprietários do terreno da antiga fábrica], no sentido de equilibrarmos uma solução (…). Nós iremos enveredar novamente por um processo negocial. E, a ver se chegamos a bom termo”, prometeu.

Pedro Tavares, administrador da sociedade têxtil Manuel Rodrigues Tavares, disse à agência Lusa que pretende “resolver” o problema com a passagem dos terrenos para a posse da autarquia e que está disponível para o diálogo.

“Eu estou a avançar com o assunto para o Tribunal, mas para-se a qualquer momento”, afirmou, admitindo que por parte da empresa “não há má-fé” no processo.

Durante a discussão do tema na AM, a deputada socialista Paulisa Assunção disse que a possibilidade de construção do CET no Parque Polis não é “a melhor solução” e é “um erro que deve ser evitado”.

Tiago Gonçalves, do PSD, apontou que o assunto não foi submetido à AM, o que significa “um sinal do executivo que abandona esta opção, pelo menos neste momento”.

Referiu ainda que, pela discussão gerada, percebeu-se que a localização no parque “pode não ser a mais ajustada do ponto de vista político”.

A mesa da AM votou a favor da moção apresentada pelo BE, porque “concorda em absoluto” com a mesma.

“Eu sou absolutamente contra a localização [do CET] no Parque Polis”, justificou a presidente, Cidália Valbom (PSD).


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