Câmara da Guarda admite arrendar em vez de construir Centro de Exposições

“Iremos estudar todo este processo e apresentaremos à Guarda uma solução que poderá passar, efetivamente, por um arrendamento, porque nós não temos condições para pagar a construção de um CET”, prometeu o autarca.

O presidente da Câmara da Guarda admitiu ontem recorrer ao arrendamento para evitar construir o futuro Centro de Exposições Transfronteiriço (CET), na zona de uma antiga fábrica têxtil daquela cidade, o que desagrada ao PS.

Carlos Chaves Monteiro (PSD) disse aos jornalistas, no final da reunião quinzenal do executivo, onde o assunto foi abordado no período de antes da ordem do dia por iniciativa dos dois vereadores socialistas, que a opção do arrendamento do futuro CET em vez da construção é uma “possibilidade”, por não haver financiamento europeu para este tipo de obra.

Segundo o autarca, foi a própria empresa proprietária do terreno [sociedade Têxtil Manuel Rodrigues Tavares] e um representante de um grupo financeiro, que colocaram essa possibilidade ao município.

A construção do CET estava planeada para os terrenos de uma antiga fábrica têxtil, na zona do Rio Diz, mas o espaço, que foi adquirido em 2001 pelo então executivo socialista, pelo valor de dois milhões de euros, nunca foi escriturado e o assunto está em tribunal.

O autarca da Guarda referiu que “há agora uma possibilidade de o município receber todo o dinheiro que entregou em 19 anos” pelo terreno e do qual nunca fez a escritura.

“Nós admitimos ceder a nossa posição no contrato promessa que foi celebrado há 19 anos”, disse.

Caso o grupo financeiro construa o CET naquele local, a autarquia pagará uma renda pela utilização do equipamento, disse o responsável, admitindo tratar-se de uma obra “necessária” para a cidade.

“Iremos estudar todo este processo e apresentaremos à Guarda uma solução que poderá passar, efetivamente, por um arrendamento, porque nós não temos condições para pagar a construção de um CET”, prometeu Carlos Chaves Monteiro.

O autarca referiu ainda aos jornalistas que depois de existir “algo mais definido”, o executivo que lidera estudará “aquilo que é a proteção do interesse público”.

Carlos Chaves Monteiro lembrou também que na Assembleia Municipal de dezembro de 2019 foi aprovada uma moção a apelar ao executivo camarário para que encetasse “todos os esforços para a rápida e melhor resolução na passagem da propriedade dos terrenos da antiga fábrica Tavares para o município”.

Os dois vereadores do PS (Cristina Correia e Manuel Simões) discordam da solução admitida pelo presidente da autarquia por o município passar a inquilino no processo de construção do CET “através de um contrato de arrendamento, pelo período de 25 anos, e que poderá custar aos cofres do município mais de 800 mil euros por ano”.

“Quantas obras? Quantos equipamentos? Quantos investimentos o município poderá concretizar, na cidade e nas freguesias, anualmente, com estes mais de 800 mil euros?”, justificam.

Os vereadores reiteram que o PS “não está contra o investimento do pavilhão multiusos da Guarda”, mas está, “isso sim, contra o modelo encontrado pelo senhor presidente para a sua concretização”.


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