A Câmara da Covilhã aprovou hoje um orçamento de 46,2 milhões de euros para 2022, valor que representa uma redução de 1,8 milhões face a este ano, mas que ainda deverá ser revisto no próximo trimestre.
“Estamos a aprovar um orçamento que, com toda a certeza, vai ser revisto no final do primeiro trimestre, o que se prende com o facto de estarmos a aguardar resposta a um conjunto de candidaturas a fundos comunitários no que permitam libertar fundos próprios para concretizar vários projetos”, afirmou o presidente deste município do distrito de Castelo Branco, Vítor Pereira.
O autarca socialista falava aos jornalistas no final da sessão extraordinária privada de executivo municipal, que se realizou hoje e durante a qual o orçamento foi aprovado por maioria, com o voto contra dos vereadores da oposição.
Na apresentação, Vítor Pereira destacou que está em causa um “orçamento de transição de mandatos” e fundamentou a necessidade da futura revisão do documento com os fundos comunitários.
Ou seja, especificou, por um lado está o facto de a autarquia estar a mobilizar receitas próprias para projetos que já conquistaram financiamento comunitário, mas cuja verba ainda não está disponível, e por outro lado também está a circunstância de haver várias candidaturas em fase de aprovação.
Detalhando que, no conjunto, está em causa um valor de sete milhões de euros, Vítor Pereira também assumiu que os projetos que ainda não constam no orçamento para 2022 até já podiam ter sido cabimentados, mas também sublinhou que isso era apenas uma forma de “empolar” o orçamento.
“Isso era enganarmo-nos e enganarmos os outros. Há quem faça isso, nós somos realistas”, frisou, garantindo que a autarquia irá concretizar vários “projetos, obras e apoios”.
Na lista que enumerou estão, por exemplo, o início do projeto para o pavilhão multiúsos, a construção das novas piscinas cobertas, bem como a reparação da pista de ‘tartan’ do complexo desportivo, a requalificação faseada das estradas no concelho ou a requalificação dos centros históricos de vilas e aldeias do concelho.
“É um orçamento que contém a ambição que nós transmitimos aos covilhanenses ainda há pouco tempo, em período de eleições, num programa que foi amplamente sufragado para que o pudéssemos executar. É o que estamos a fazer, a dar corpo às promessas que efetivamente assumimos”, afirmou.
Argumentos que não convenceram os vereadores eleitos pela coligação CDS/PSD/IL, que votaram contra a proposta apresentada, sublinhando que se trata de um “orçamento para cumprir calendário”.
“É um orçamento para cumprir calendário. Procurámos ao máximo tentar dar um voto de confiança a esta gestão municipal, sendo este o primeiro orçamento do mandato, mas é também já o nono desta gestão e, tendo em conta estas lacunas, estas omissões e estas faltas de informação, bem como a informação de que este é um orçamento não final, o voto da coligação foi um voto contra”, apontou Pedro Farromba.
O vereador também classificou a reunião realizada com a oposição como uma mera “ação de cosmética” para fazer parecer que se cumpre a lei e sublinhou que as 15 propostas apresentadas pela oposição nem sequer tiveram tempo de ser consideradas, dado que o documento foi enviado poucas horas depois da referida reunião.
Pedro Farromba mostrou-se ainda preocupado com o facto de o projeto não prever obras que foram prometidas em campanha eleitoral e também mostrou dúvidas quanto à redução da despesa com o pessoal, num ano em que estão previstas novas contratações.
Na resposta, Vítor Pereira esclareceu que se prende com as situações de reforma que também estão previstas.
O executivo camarário da Covilhã é formado por quatro eleitos pelo PS e três pela coligação CDS/PSD/IL.