Beira Interior prevê produzir menos vinho, mas de boa qualidade

Em 2016 a produção de vinho (branco e tinto) foi de 24 milhões de litros e, este ano, as previsões apontam para cerca de 20 milhões.

A produção de vinho na Beira Interior deve registar este ano um decréscimo face a 2016, mas a qualidade será boa, anunciou hoje a Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI), com sede na Guarda.

“As previsões apontam que vamos ter menos uvas, mas vinho de qualidade boa. Tudo indica que vamos ter um ano muito interessante em termos qualitativos”, disse hoje à agência Lusa o diretor técnico da CVRBI, Rodolfo Queirós.

Segundo o responsável, em 2016 a produção de vinho (branco e tinto) foi de 24 milhões de litros e, este ano, as previsões apontam para cerca de 20 milhões.

A título de exemplo, referiu que a Adega Cooperativa de Pinhel, no distrito da Guarda, recebeu no ano passado um total de “17 milhões de quilos de uvas e este ano está a contar com cerca de 14 milhões”.

“Este ano temos uma quebra à volta de 20% [na produção de vinho] devido a uma geada ocorrida no dia 01 de maio, que afetou bastante as vinhas, principalmente em zonas mais baixas, e o ano foi extremamente seco, tanto no inverno como no verão e o ciclo fenológico da videira antecipou cerca de três semanas, o que teve como consequência que tivéssemos vindimas, nomeadamente de brancos, em agosto, o que nunca me lembro de ter acontecido”, justificou Rodolfo Queirós.

Explicou que este ano “o rendimento dos cachos está mais baixo porque as uvas estão desidratadas”.

No entanto, o diretor técnico da CVRBI sublinha que “choveu em finais de agosto e as temperaturas médias baixaram bastante, o que fez com que as uvas amadurecessem de forma mais normal”.

Rodolfo Queirós disse ainda à Lusa que as vindimas de castas brancas foram antecipadas na região da Beira Interior “para manter a frescura e a acidez dos vinhos”.

Acrescentou que as vindimas dos vinhos tintos também já estão a decorrer em muitas zonas da área da CVRBI.

A CVRBI abrange as zonas vitivinícolas de Castelo Rodrigo, Pinhel e Cova da Beira, nos distritos de Guarda e de Castelo Branco, onde existem 55 produtores de vinho, entre adegas cooperativas e produtores particulares.


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