BE da Guarda solidário com 70 trabalhadores de empresa têxtil que suspenderam contratos

O grupo municipal e a Comissão Coordenadora Distrital do Bloco de Esquerda (BE) da Guarda mostraram-se hoje solidários com os cerca de 70 trabalhadores de uma empresa têxtil que suspenderam os contratos de trabalho na sexta-feira.

O BE refere, em comunicado enviado à agência Lusa, que lamenta a situação, manifesta a sua “total solidariedade para com todos os trabalhadores” e admite “ser possível o não encerramento definitivo” da fábrica.

Os trabalhadores da empresa Confama – Confeções, Lda., com sede em Famalicão da Serra, no concelho da Guarda, suspenderam na sexta-feira os seus contratos de trabalho devido a salários em atraso, segundo fonte sindical.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Alta, Carlos João, disse à Lusa que os trabalhadores da fábrica, na maioria mulheres, requereram a suspensão dos contratos de trabalho porque tinham “parte [do salário] do mês de janeiro e o mês de fevereiro por pagar”.

“Como a administração, na sexta-feira, numa reunião que teve com os trabalhadores os informou que era impossível continuarem a laborar no momento porque, além de haver poucas encomendas, não têm dinheiro disponível para pagar aos trabalhadores, a administração entendeu que o caminho, para já, era os trabalhadores irem para a suspensão, para não estarem na empresa sem receber”, explicou o sindicalista.

O grupo municipal e a Comissão Coordenadora Distrital do BE da Guarda pretendem acompanhar o processo e vão solicitar uma reunião com o Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Alta e com o presidente da Junta de Freguesia de Famalicão da Serra.

O autarca de Famalicão da Serra, Honorato Esteves, reagiu com preocupação ao fecho da unidade fabril, por ser ” a maior unidade empregadora” da freguesia, que dista cerca de 20 quilómetros da cidade da Guarda.

“Adivinham-se tempos bastante difíceis para Famalicão [da Serra]”, disse.

Fonte da empresa Confama – Confeções, Lda. disse à Lusa que, na sexta-feira, no arranque do mês de março, a administração “não tinha trabalho para dar aos trabalhadores e, então, por mote próprio, as pessoas entregaram cartas de suspensão de contrato por falta de pagamento, porque havia parte do ordenado de janeiro em falta” e também o salário de fevereiro.

“As pessoas entregaram as cartas, nós processámos as cartas e eles [trabalhadores] agora estão em suspensão de contratos por falta de pagamento”, acrescentou.

A fonte admitiu que “vai ser complicado” reativar a fábrica, porque “neste momento não tem trabalho”, mas sublinhou que “a esperança é a última a morrer”.


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