Há pelo menos dez anos, quando o primeiro dia de aulas era fixado na segunda quinzena de setembro, que tal não acontecia.
A Confederação de Pais está preocupada com os efeitos da medida na aprendizagem e com as famílias desfavorecidas que terão de arranjar alternativas para ocupar os filhos.
O Bloco de Esquerda já entregou, esta terça-feira, um requerimento para audição urgente do ministro Nuno Crato. O MEC justificou a alteração com a necessidade de “um maior equilíbrio na duração dos três períodos letivos”.
“Não consigo perceber esta medida. Como se vai fazer o mesmo com menos tempo?”, pergunta Jorge Ascenção, da Confap.
Além da perspetiva educativa, Jorge Ascenção alerta para os problemas sociais. “Compete também à escola formar. Não é só uma sala de aula onde se aprende com professores. Esta situação cria mais dificuldades às famílias”. Até do ponto de vista demográfico, parece-lhe um mau sinal. “Querem incentivar a natalidade sem darem melhores condições aos pais. Quem não tem dinheiro para ATL, deixa os filhos com quem?”
Filinto Lima, vice-presidente da Associação do Diretores, lembra que as primeiras semanas de setembro são fundamentais à adaptação. “O espaço dos miúdos é na escola. Já têm férias suficientes”, diz, convicto de que as escolas não vão esperar pelos últimos dias para abrir.