Aberto procedimento de classificação do Castro de Santiago em Fornos de Algodres

O anúncio determina a abertura do procedimento de classificação do Castro de Santiago, no seguimento da proposta da Direção Regional de Cultura do Centro.

A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) abriu o procedimento de classificação do Castro de Santiago, em Figueiró da Granja, concelho de Fornos de Algodres, distrito da Guarda, segundo um anúncio hoje publicado em Diário da República (DR).

O anúncio, com data de 29 de março e com assinatura do diretor-geral do Património Cultural, João Carlos Santos, determina a abertura do procedimento de classificação do Castro de Santiago, no seguimento da proposta da Direção Regional de Cultura do Centro.

Segundo o DR, “o sítio em vias de classificação e os imóveis localizados na zona geral de proteção (50 metros contados a partir dos seus limites externos) ficam abrangidos pelas disposições legais em vigor”.

De acordo com o texto, a fundamentação, o despacho, a planta do sítio em vias de classificação e a respetiva zona geral de proteção estão disponíveis nas páginas eletrónicas da DGPC (www.patrimoniocultural.gov.pt), da Direção Regional de Cultura do Centro e da Câmara Municipal de Fornos de Algodres.

O DR refere, ainda, que todo o interessado “poderá reclamar ou interpor recurso hierárquico do ato que decide a abertura do procedimento de classificação, nos termos e condições estabelecidas no Código do Procedimento Administrativo, sem prejuízo da possibilidade de impugnação contenciosa”.

O Castro de Santiago é um povoado fortificado do período do calcolítico e está localizado na freguesia de Figueiró da Granja, no concelho de Fornos de Algodres.

“Localizado no topo norte de um interflúvio que se eleva entre dois acidentes tectónicos parcialmente aproveitados pelos leitos das ribeiras de Vila Chã (a oeste) e da Muxagata (a este), este povoado desfruta de grande domínio sobre a paisagem envolvente, que se estende dos vales das referidas ribeiras até ao sopé da Serra da Estrela, na área de Gouveia”, refere a autarquia de Fornos de Algodres na sua página da internet.

O estudo do local decorre desde 1988, tendo sido efetuadas cinco campanhas de trabalho de campo que permitiram “a obtenção de uma sequência estratigráfica que possibilita a identificação de duas etapas de ocupação atribuíveis ao calcolítico”.

“De uma maneira geral, o Castro de Santiago parece integrar um fácies calcolítico com grandes afinidades, ao nível da cultura material, com os povoados contemporâneos da Meseta Norte Espanhola (área de Valladolid, Salamanca e Ávila), e ainda com alguns povoados de Trás-os-Montes Oriental, podendo, com estes, corresponder a uma extensão para ocidente do mundo mesetenho”, lê-se.

O presidente da Câmara Municipal de Fornos de Algodres, Manuel Fonseca, disse à agência Lusa que “em boa hora” a Direção Regional de Cultura do Centro iniciou o processo de classificação do Castro de Santiago.

O autarca lembrou que “o primeiro impulso foi dado pelo município de Fornos de Algodres, em particular pelo vice-presidente Alexandre Lote”.

“Depois do trabalho que durante anos este município fez naquela zona, era importante que este castro fosse classificado, porque é um elemento importante para o concelho de Fornos de Algodres e para a Freguesia de Figueiró da Granja”, afirmou Manuel Fonseca.

O Castro de Santiago está inserido no Circuito Arqueológico de Fornos de Algodres.


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