Sindicato pede contratação imediata de enfermeiros para a Unidade de Saúde da Guarda

Segundo o sindicato, a “grave carência” de enfermeiros na ULS “compromete a qualidade e a segurança dos cuidados de enfermagem prestados às populações do distrito da Guarda”.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) alertou hoje para a falta destes profissionais na Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda e defendeu a “contratação imediata de mais” trabalhadores para colmatar a “grave carência”.
O SEP, que durante a tarde de hoje realizou uma concentração de enfermeiros em frente ao serviço de urgência do Hospital Sousa Martins, na Guarda, denunciou que “os sucessivos governos, quer do PSD/CDS, quer do PS, têm dificultado a admissão de trabalhadores na Administração Pública e em particular no setor da saúde, o que tem agravado a carência de enfermeiros”.

Segundo o sindicato, a “grave carência” de enfermeiros na ULS “compromete a qualidade e a segurança dos cuidados de enfermagem prestados às populações do distrito da Guarda, devido às dotações não seguras, como já é público há vários anos”.

No texto de uma moção hoje aprovada e dirigida à administração da ULS, é exigida “a admissão de mais enfermeiros, respeitando dotações seguras e adequadas”.

Durante o protesto, que contou com a participação de cerca de meia centena de enfermeiros e de sindicalistas, Ricardo Correia, dirigente sindical da Direção Regional da Beira Alta do SEP, disse à agência Lusa que na ULS/Guarda, responsável por dois hospitais (Guarda e Seia) e centros de saúde em 13 concelhos, são necessários “cerca de 150 enfermeiros”.

“Só com a passagem às 35 horas, a partir de 01 de julho, são necessários mais 37 enfermeiros, para além de todos os outros que já eram necessários. Neste momento, temos cerca de 30 contratos de substituição que também estão a terminar e não há possibilidade de renovação”, disse.

Explicou ainda que estão contabilizados mais 20 enfermeiros da ULS que, por faltas de longa duração, doença ou direitos de gravidez de risco, “não estão a ser substituídos” nos serviços.

Alfredo Gomes, coordenador da Direção Regional da Beira Alta do SEP, que também participou na ação de protesto, disse à Lusa que a falta de enfermeiros será mais evidente a partir de 01 de julho, “porque 225 enfermeiros da ULS da Guarda vão deixar de ter que fazer 40 horas para passarem a fazer 35”.

Pelas contas do sindicalista, para assegurar as horas que “ficam a descoberto, são necessários, pelo menos, mais 37 enfermeiros para manter o que está hoje, que já não é bom”.

O dirigente vaticina que, caso não sejam tomadas medidas por parte do Governo, alguns serviços e algumas camas podem fechar.

Durante a concentração realizada junto do hospital da Guarda, os manifestantes exibiram tarjas com mensagens como “É preciso que isto mude. Sem enfermeiros não há saúde”, “Não à destruição do Serviço nacional de Saúde” e “Pela urgente contratação de mais enfermeiros”.


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