Seia recupera da tragédia que causou 14 ME de prejuízos

Carlos Filipe Camelo realça ainda as manifestações de solidariedade, como é o caso do fundo de apoio criado pela autarquia, que “apresenta atualmente o valor de 17.940,37 euros”.

A Câmara Municipal de Seia continua a ajudar as vítimas dos incêndios de outubro de 2017, que causaram 14 milhões de euros de prejuízos no concelho, e o futuro apresenta-se “mais otimista”, disse hoje o seu presidente.

“Meio ano após os trágicos incêndios que lavraram no concelho de Seia, nos dias 15, 16 e 17 de outubro e que consumiram mais de 18.500 hectares, deixando prejuízos materiais na ordem dos 14 milhões de euros e danos imateriais sem paralelo para as pessoas e para o concelho, o futuro desenha-se agora mais otimista”, segundo o autarca Carlos Filipe Camelo.

O otimismo é justificado “em grande medida” pela evolução dos processos relativos ao restabelecimento da atividade de algumas das empresas atingidas, mas também “pelo facto de já terem sido lançados os primeiros concursos para a reconstrução das habitações de residência permanente”, disse o responsável à agência Lusa.

“Na última semana, foram lançados os procedimentos concursais pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, onde constam duas dezenas de habitações nas quais a perda foi total”, indicou.

Relativamente às restantes candidaturas, “as decisões sobre os processos vão chegando a conta-gotas, umas aprovadas, outras condicionadas e outras com tendência para o indeferimento, por não cumprirem com os critérios fixados na lei”.

No entanto, Carlos Filipe Camelo assegura que o município de Seia, no distrito da Guarda, “tudo tem feito na sinalização e acompanhamento de todas as situações suscetíveis de serem enquadradas nos mecanismos” desencadeados pelo Governo.

Os técnicos da autarquia estiveram no terreno desde o primeiro momento e, fruto desse trabalho, foram assegurados alojamento, bens alimentares e não alimentares a todos os habitantes afetados, “uma medida que tem abrangido cerca de 80 famílias”, disse.

Também foi assegurada intervenção psicológica e psiquiátrica a cerca de uma centena de pessoas, em parceria com a Unidade Local de Saúde da Guarda, ação que se mantém “de modo a assegurar a resposta organizada a novas situações resultantes desta vivência traumática”.

Carlos Filipe Camelo realça ainda as manifestações de solidariedade, como é o caso do fundo de apoio criado pela autarquia, que “apresenta atualmente o valor de 17.940,37 euros”.

Na área da pecuária, o município apoiou 199 pastores com alimento para 9.175 ovinos e caprinos e para 1.811 outros animais, enquanto na apicultura 43 apicultores receberam 3.094 sacos de alimentação para 1.562 colmeias.

No setor agrícola, a Câmara Municipal de Seia apoiou os lesados no preenchimento dos inquéritos e candidaturas, de que resultou a entrega de 743 candidaturas na Direção Geral da Agricultura e Pescas.

“O apoio incondicional a quem tudo perdeu está refletido no orçamento e grandes opções para 2018, no total de 421 mil euros, dos quais 185.000 euros se destinam a auxiliar diretamente as vítimas, seja na aquisição de bens e serviços, na reconstrução das habitações, entre outros apoios, permanecendo o restante para o restabelecimento das infraestruturas municipais (vias e arruamentos e outros equipamentos)”, concluiu Carlos Filipe Camelo.


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