Secretário de Estado admite vir a ser aumentada a fiscalização para a limpeza de terrenos que rodeiam as casas

FlorestaO secretário de Estado da Protecção Civil, Vasco Franco, admitiu hoje a possibilidade de vir a ser exercida “uma maior pressão e fiscalização” junto dos proprietários, para a limpeza de terrenos que rodeiam as habitações. No final de uma reunião com autarcas da Guarda, onde foi feita a análise e balanço da época de fogos […]

FlorestaO secretário de Estado da Protecção Civil, Vasco Franco, admitiu hoje a possibilidade de vir a ser exercida “uma maior pressão e fiscalização” junto dos proprietários, para a limpeza de terrenos que rodeiam as habitações.

No final de uma reunião com autarcas da Guarda, onde foi feita a análise e balanço da época de fogos florestais de 2010 no distrito, Vasco Franco disse à Lusa que do encontro saiu “a necessidade de uma maior sensibilização e também uma maior pressão e fiscalização dos proprietários, em relação às áreas envolventes das habitações e dos perímetros urbanos”.

Segundo o governante, “se a limpeza daqueles 50 metros [em redor das habitações] se verificar, isso vai permitir aos bombeiros concentrarem-se no combate aos incêndios, em vez de terem que passar muitas horas a proteger casas, enquanto o incêndio vai ganhando dimensão”.

Na reunião também foram avaliadas as consequências dos fogos florestais deste ano e esquematizadas propostas para o futuro, algumas relacionadas com a realização de queimadas agrícolas que, nas últimas semanas originaram vários incêndios florestais na região.

Vasco Franco disse que, para além de ter sido reconhecida a necessidade de o processo de licenciamento das queimadas ser agilizado, existe a possibilidade de as mesmas serem realizadas “com isenção de taxas” e “com acompanhamento”.

Apontou que as queimadas, muitas delas, efetuadas por pastores para renovação dos pastos, deverão ser realizadas “de forma bastante controlada”.

“Foram dados bons exemplos de isenção de taxas e uma relação estreita com essas pessoas, de maneira a programarem as queimadas com apoio de técnicos que saibam fazê-lo e, mesmo dos bombeiros, quando necessário”, declarou.

No entender do secretário de Estado da Protecção Civil “há um conjunto de medidas que é possível ir tomando em matéria de prevenção e de limpeza de certos matos”.

Já quanto à análise da época de combate a incêndios florestais, Vasco Franco recordou que o país viveu “um dos verões mais quentes e secos dos últimos 80 anos e isso, naturalmente, traduziu-se numa dificuldade acrescida no combate aos incêndios”.

“Tivemos uma grande acumulação de ocorrências graves em dois dias, 10 e 11 de agosto, e isso obrigou a uma grande dispersão dos meios existentes. Foi nesses dois dias que ardeu cerca de metade do total da área ardida no distrito” da Guarda, observou o governante.

No encontro, onde também participou o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, os autarcas presentes manifestaram preocupações quanto à reflorestação das áreas ardidas.

O secretário de Estado referiu que “há situações em que a regeneração natural [das florestas] é o melhor canal” e outras “em que é preciso uma intervenção”, indicando que o assunto irá ser analisado com o Ministério da Agricultura.


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