O porta-aviões da aviação low cost chegou a Lisboa a 26 de Novembro mas foi no primeiro dia de Abril que, por fim, se deu a inauguração oficial do aeroporto da Portela como a sua terceira base aérea em Portugal. E a primeira semana de Abril promete uma série de rotas em estreia, mais um passo de leão para, como disse o patrão da Ryanair ao PÚBLICO em Londres há alguns dias, levar a companhia a “ultrapassar a TAP entre os próximos 18 meses a dois anos”.
Um crescimento que “depende de discussões que estão a decorrer com a Vinci”, a nova detentora da gestora aeroportuária ANA, adiantava Michael O’Leary. Em resumo, uma operação destinada a fazer a Ryanair crescer para “tornar-se a maior companhia aérea em Portugal”, disse esta terça-feira em Lisboa o chefe executivo de marketing da empresa, Kenny Jacobs.
Bruxelas, Frankfurt, Londres e Paris foram os primeiros destinos propostos pela companhia e, agora, num abrir e fechar de olhos, o mapa aéreo da Ryanair em Lisboa quase triplica. A nova ligação doméstica Lisboa – Faro começou a 1 de Abril (serão 14 voos por semana), tal como a rota para Dublin (Irlanda) e Pisa (Itália). A partir de 2 de Abril levanta voo outra linha doméstica, a muito falada (e disputada) ligação Lisboa – Porto (10 voos por semana), assim como rotas para Manchester (Inglaterra) e Marselha (França). A 3 de Abril estreiam voos para Dole (França). Para começar, um total de 11 rotas em serviço na base alfacinha.
Os preços dos bilhetes, conforme estão actualmente disponíveis no site da aérea, são altamente concorrenciais, nomeadamente o valor anunciado para Lisboa – Faro ou Lisboa – Porto: continuam em mínimos históricos, desde 9,99 euros. No patamar seguinte, há voos para Bruxelas ou Dole desde 19,99 e para Londres desde 22,99. Já Marselha, Pisa, Paris, Dublin, Frankfurt ou Manchester custam no mínimo entre 27,99 e 31,99 euros.
Com a presença em Lisboa, que terá um avião dedicado e um total de 124 voos semanais, a Ryanair, segundo dados da companhia, prevê fechar o ano com cinco milhões de passageiros transportados através de aeroportos portugueses (mais 16% quem em 2013). Pelo aeroporto da Portela esperam transportar cerca de 900 mil passageiros, o que, estimam, deverá originar 900 empregos.
Mas a Ryanair quer crescer ainda mais, tanto por toda a Europa como em Portugal: o maior contributo (e investimento) nesse objectivo passa pela “encomenda de 175 novos aviões”, como sublinha o chefe de marketing da empresa em comunicado. Kenny Jacobs – que salienta a “expectativa” de “trabalhar conjuntamente com o aeroporto de Lisboa para desbloquear o seu vasto potencial” -, reforça ainda a “guerra” com a TAP (nunca sendo referida a verdadeira concorrente a nível de dimensão actual no país, a easyJet): “As nossas sete novas rotas desde Lisboa irão permitir que ainda mais clientes escapem das tarifas alta da TAP”.