Relatório ONU Mulher: Progresso das Mulheres do Mundo 2015- 2016

Lançamento mundial do relatório “Progresso das Mulheres no Mundo: Transformar as economias para realizar direitos”

«De Wall Street aos campos de cana-de-açúcar, as barreiras de género que atuam contras as mulheres são fortes” –   Phumzile Mlambo-Ngcuka, diretora executiva da ONU Mulher.

Direitos económicos e sociais das mulheres – trabalho digno, saúde no trabalho, apoio na tarefa de cuidados de outras pessoas e segurança na velhice – são os temas abordados no relatório mundial “Progresso das Mulheres no Mundo 2015-2016: Transformar as economias para realizar direitos”, elaborado pela ONU Mulheres.

O documento aponta que frequentemente os direitos económicos e sociais das mulheres são limitados uma vez que são forçadas a viver em “um mundo de homens”.

    • Globalmente, há mais desemprego feminino do que masculino, e mesmo quando trabalham, as mulheres recebem salários inferiores em tarefas equivalentes;
    • A nível mundial, apenas metade das mulheres participam na força de trabalho, em comparação com três quartos dos homens;
    • Globalmente, em média, as mulheres recebem menos 24% do que os homens, sendo que esta percentagem aumenta quando se trata de mulheres com filhos;
    • As mulheres trabalham em média mais  2,5 vezes em tarefas domésticas e trabalho não remunerado do que os homens.
    • Entre os trabalhadores domésticos em todo o mundo 83% são mulheres e quase metade deles não têm direito ao salário mínimo;
    • 75% do emprego das mulheres é informal, em atividades que não são abrangidas pelas leis do trabalho e da proteção social.
    • Em 2014, nas 6 instituições económicas mundiais mais influentes, a representação das mulheres em nos conselhos executivos variou entre 4 e 20%.

«O tipo de mudança de que precisamos é de longo alcance, mas pode ser alcançado.»  Shahra Razavi, Chefe de Investigação e Informação da ONU Mulheres

De acordo com o mesmo relatório, em Portugal as mulheres trabalham em média quatro vezes mais tempo por dia em trabalho doméstico e não remunerado do que os homens:   302 minutos de trabalho doméstico e de assistência não remunerada aos dependentes, contra apenas 77 minutos dos homens.

No entanto, Portugal é um país que tem demonstrado uma evolução no que diz respeito à legislação e direitos da mulher, nomeadamente: leis contra discriminação entre géneros a nível salarial ou no recrutamento e proíbe o assédio sexual no local de trabalho.

Tendo evoluído igualmente em termos de taxa de participação laboral das mulheres, que aumentou de 49% em 1990 para 55% em 2013.

O relatório determina 10 prioridades de intervenção no âmbito da igualdade de género: reivindicar mais e melhores empregos para mulheres, a redução da disparidade profissional e salarial entre homens e mulheres, o fortalecimento da segurança económica das mulheres ao longo da vida, a redução e redistribuição do trabalho doméstico e o investimento em serviços sociais com consciência das questões de género.

A ONU Mulheres, defende uma agenda económica alternativa conducente a uma sociedades mais justas, igualitária e inclusiva, e na qual a mulher possa ter um papel ativo no desenvolvimento social e económico.


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