Quercus da Guarda promove caminhada pela despoluição do rio Noéme

http://files.qrz.com/f/cr5wff/Logo_Quercus.jpg

O Núcleo Regional da Guarda da associação ambientalista Quercus promove, no domingo, uma caminhada de protesto para exigir a imediata despoluição do rio Noéme, um afluente do rio Côa.

A caminhada, a realizar entre as 9 e as 12 horas assinala o Dia Mundial da Água e pretende alertar a Câmara Municipal da Guarda e a Agência Portuguesa do Ambiente para a resolução de um problema que se arrasta desde a década de 1980. “Sensibilizar a população em geral para a continuidade deste problema” e as entidades responsáveis para a necessidade de “terminarem as descargas poluentes que continuam a acontecer” são os objetivos do protesto cívico, segundo a organização. O presidente do núcleo da Guarda da QUERCUS, Bruno Almeida, disse hoje à agência Lusa que a poluição do rio Noéme é originada por uma fábrica têxtil que possui uma ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) que se tem revelado insuficiente para o tratamento dos efluentes. O responsável contou que a Câmara Municipal da Guarda já construiu uma estação elevatória e condutas para encaminhamento do esgoto industrial até à ETAR de São Miguel, mas o equipamento ainda não começou a funcionar. “Atualmente, assistimos a um jogo de pingue-pongue” entre a autarquia e a Águas do Zêzere e Côa, a empresa responsável pela ETAR de São Miguel, referiu Bruno Almeida. “A Câmara diz que a entidade Águas do Zêzere e Côa é que tem a responsabilidade de intervir agora. A Águas do Zêzere e Côa diz que enquanto não estiver instalado na estação elevatória um equipamento que meça a qualidade do efluente que vai entrar na sua ETAR, não o aceita receber”, explicou. Segundo o dirigente da QUERCUS, assiste-se “a um jogo em que uns passam responsabilidades para os outros e não há maneira de o assunto se resolver e de o efluente ir definitivamente para a ETAR e de ser tratado como deve ser”. O encontro dos participantes na caminhada de protesto, que terá um percurso de cerca de 10 quilómetros, está marcado para as 09:00 de domingo, junto à ponte da aldeia de Gata, nas proximidades da Guarda, onde se localiza o foco poluidor. A organização estima que na iniciativa, que começa e termina na localidade de Gata, participem cerca de 100 pessoas, incluindo autarcas das freguesias de Guarda, Casal de Cinza, Vila Garcia, Vila Fernando, Pousade/Albardo, Rochoso/Monte Margarida e Cerdeira), que são abrangidas por aquele curso de água. O rio Noéme é um afluente do rio Côa que nasce em Vale de Estrela, Guarda, e atravessa várias aldeias dos concelhos de Guarda, Sabugal e Almeida. A poluição deste curso de água tem preocupado autarcas, ambientalistas e moradores das localidades ribeirinhas. Márcio Fonseca, um jovem natural de Rochoso, Guarda, chegou mesmo a criar um blogue na internet (www.cronicas-do-noeme.blogspot.com) e a lançar uma petição pública a alertar para o estado do rio Noéme.

Conteúdo Recomendado