Quercus apreensiva com atrasos que comprometem prevenção de fogos

A Quercus manifestou-se hoje apreensiva com “os atrasos” na concretização das medidas do Programa de Desenvolvimento Rural destinadas à floresta, realçando que ficam comprometidas ações preventivas contra incêndios, “ameaçando a sustentabilidade” da área florestal.

As medidas florestais do Programa de Desenvolvimento Rural — PDR 2020 previstas para terem início no princípio da primavera “ainda não têm quaisquer perspetivas para a sua implementação”, salienta a associação de defesa da natureza, em comunicado.

Segundo os ambientalistas, as ajudas às ações de florestação de áreas ardidas “não têm qualquer programa de ajuda, o que faz com que não haja qualquer mecanismo para repor a área de floresta ardida nos últimos anos”.

Assim, “este atraso inexplicável está a comprometer as ações preventivas de defesa da floresta contra incêndios” e, em muitas áreas, as faixas de gestão de combustível não estão a ser intervencionadas em devido tempo, explica a Quercus.

A situação, afirma, potencia a propagação de fogos, ameaçando a sustentabilidade da floresta portuguesa.

A disponibilização de financiamento público do novo Quadro Comunitário de Apoio, através do PDR 2020, “é essencial” para os proprietários florestais terem acesso a medidas para gestão dos espaços florestais, como a beneficiação ou a arborização com espécies autóctones.

Também as autarquias e as entidades gestoras de Zonas de Intervenção Florestal (ZIF) necessitam daquela ajuda para avançar ações de defesa da floresta contra incêndios, de combate a pragas e doenças ou a invasoras lenhosas.

Segundo a Quercus, cerca de um terço da verba do PDR 2020 destinada às medidas florestais está já comprometida e o concurso encerrado na segunda-feira tinha uma dotação orçamental de 210 milhões de euros, sendo 190 milhões de euros referentes ao regime de transição e 20 milhões de euros para prevenção da floresta contra agentes bióticos e abióticos.

Já em julho, oito associações ligadas ao ambiente e à floresta, entre as quais a Quercus, lamentavam os atrasos na abertura dos programas de apoio ao setor florestal, para arborização e rearborização, lembrando que se trata de uma atividade sazonal e que o investimento fica comprometido.

Num documento divulgado na altura lembravam que as medidas florestais do PDR 2020 deviam ter tido início em março de 2015, tendo, no entanto, sido aberto apenas um concurso.

A agência Lusa contactou o Ministério da Agricultura sobre os atrasos apontados pela Quercus e aguarda resposta.


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