Quarteto Contratempus desenvolve residência artística no Teatro Municipal da Guarda

O espetáculo final será apresentado no dia 25 de novembro, no Teatro Municipal Rivoli, no Porto, e em 2023 circulará pela região da Guarda.

O Quarteto Contratempus, do Porto, vai estar no Teatro Municipal da Guarda (TMG), entre quarta-feira e segunda-feira, onde desenvolverá uma residência artística para criação do seu novo espetáculo de ópera “Lugar-Comum”.

O espetáculo que resultará da residência artística a realizar na cidade mais alta do país versará sobre a temática da violência contra a mulher.

“A estreia desta ópera será no dia 25 de novembro (dia pela eliminação da violência contra a mulher), no Teatro Municipal Rivoli, no Porto”, referiu o Quarteto Contratempus em comunicado enviado à agência Lusa.

O coletivo Quarteto Contratempus, estabelecido na cidade do Porto, dedica-se à produção de ópera contemporânea, com especial enfoque na intervenção social.

O projeto “Lugar-Comum” teve início em 2019 a partir de uma parceria com a Santa Casa da Misericórdia do Porto, onde está a ser desenvolvido um trabalho paralelo com os públicos da instituição e que alimenta o processo criativo da ópera.

“Importa salientar que o Quarteto Contratempus pugna no seu móbil de atuação artística pela democraticidade no acesso aos espetáculos de ópera e, por nexo de causalidade, defende que a fruição dos mesmos seja transversal às diferentes camadas da população, deixando de lado o hermetismo da ópera enquanto artefacto reservado às elites”, lê-se.

A diretora artística da estrutura de criação de ópera contemporânea, Teresa Nunes, disse que a residência artística que começa na quarta-feira no TMG é mais uma etapa do processo criativo e de montagem do espetáculo que também já incluiu a execução do libreto (guião) da ópera.

Foi realizada uma primeira residência artística em Ponte de Sor, em julho de 2021, “para fazer uma reflexão sobre a violência contra a mulher e também para pensar um bocadinho sobre o libreto, se era representativo daquilo que nós queríamos dizer na ópera. E, a partir daí, foi construída a música”, contou Teresa Nunes.

Com a existência da música e do libreto do espetáculo segue-se, na Guarda, a construção da parte da encenação.

A parceria com o TMG servirá para montar “grande parte do que é a encenação da ópera”, disse.

Segundo a responsável, na residência artística participam 15 pessoas e a ópera tem três instrumentistas, dois cantores e quatro mulheres que vão fazer o “coro de mulheres”.

“Estaremos a desenvolver em regime de tempo inteiro esta residência de ensaios diários, na sala de ensaios do Teatro [Municipal da Guarda]. O que se pretende é fazer experimentação cénica, fazer experimentação multimédia, porque todas as óperas que o Quarteto Contratempus desenvolve tem esta componente multimédia”, acrescentou a diretora artística.

O espetáculo final será apresentado no dia 25 de novembro, no Teatro Municipal Rivoli, no Porto, e em 2023 circulará pela região da Guarda.


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