Estão inscritos mais de 2 155 mil milhões de euros no Centro 2020 – Programa Operacional do Centro, para serem investidos nesta zona do País que abrange uma centena de municípios das regiões de Aveiro, Coimbra, Leiria, Viseu Dão Lafões, Beiras e Serra da Estrela, Beira Baixa, Oeste e Médio Tejo. O documento foi apresentado na Universidade da Beira Interior (UBI), por iniciativa da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela e da Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), na sexta-feira, dia 13.
Ana Abrunhosa, presidente da CCDRC, ao contrário do que estava previsto não esteve na sessão, por motivos de agenda, mas o Anfiteatro das Sessões Solenes encheu com autarcas e responsáveis de várias entidades da administração pública e empresariais, entre outras.
Tudo para ouvir as principais linhas de um plano de aplicação de fundos europeus que estará em vigência até 2020, com o objetivo de promover a economia do conhecimento, intensificar a transferência de saber entre as instituições científicas e tecnológicas e o tecido económico regional, para aumentar a capacidade das empresas, capacitando-as para a exportação.
Mas há mais, o financiamento será preferencialmente canalizado para qualificar as pessoas e contribuir com isso para a inserção mercado de trabalho. Isto tem na mira, novamente, o reforço da competitividade das empresas.
De resto, o maior montante da dotação – 818 milhões de euros, 38 por cento do global – pertence ao terceiro dos 10 eixos temáticos do Mais Centro, designado de “Competitividade das pequenas e médias empresas” e que nos eixos prioritários corresponde ao segundo: “Competitividade e Internacionalização da Economia Regional”.
Da parte da CCDR, as expetativas são elevadas, de acordo com o representante que se deslocou à Covilhã. “Que ajude a mudar a região” é o que se espera, salientou Jorge Brandão aos jornalistas, no final da sessão.
O responsável da Comissão de Coordenação sublinhou a orientação de “apoiar as empresas”, as “entidades que também apoiam as empresas, como a Universidade da Beira Interior, bem como as associações empresariais”.
E de novo recorre a expetativas: “Que nos ajude a tornar-nos uma região mais inovadora, com mais emprego, com emprego mais qualificado, uma região que oferece oportunidades seus jovens que saem das universidades e dos institutos politécnicos a encontrarem oportunidades de emprego na nossa região”. Ou seja, através do emprego e da transformação da economia, “ajudar o Interior a fixar pessoas”.
Quanto às diferenças do atual programa para os anteriores, a maior é a “incorporação do Fundo Social Europeu (FSE) num plano que anteriormente só tinha FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional”, acrescentou.
Esta integração permitirá trabalhar numa lógica única. Como exemplo, Jorge Brandão remete novamente para investimentos no tecido empresarial.
“Nós podemos apoiar uma empresa a modernizar o seu processo produtivo, com investimento FEDER e a formação dos trabalhadores que vão trabalhar com as máquinas novas através do FSE. O mesmo se passa noutras dimensões, em que vamos ter os dois fundos”, explica, acrescentando: “E um outro aspeto relevante que eu destaco é o das abordagens territoriais. Vamos ter as comunidades intermunicipais de uma forma muito forte, não só naquilo que era tradicional, fazer e requalificar os seus equipamentos as suas infraestruturas, mas operar em novas dimensões de inclusão, de promoção do emprego e do empreendedorismo”.