Produtores de castanha unem-se para combater vespa do castanheiro

A Associação Nacional da Castanha — Refcast, com sede em Vila Real – e cerca de 30 municípios vão unir esforços no combate à vespa do castanheiro através da luta biológica, que terá que ser implementada na primavera de 2016.

O protocolo de colaboração vai ser assinado a 11 de dezembro, em Lamego, distrito de Viseu.

O primeiro foco de infestação desta praga, que afeta a produção de castanha, foi detetado no final de abril na região transmontana, um ano depois de ter sido encontrada primeira vez em Portugal, no Minho.

“Foi uma má surpresa. A área da expansão da vespa é maior do que aquilo que pensávamos e surpreendentemente já se encontraram focos bastante desenvolvidos não só em castanheiros jovens, mas também em castanheiros adultos”, afirmou hoje à agência Lusa José Gomes Laranjo, presidente da Refcast e investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

Segundo o responsável, esta praga já se alastrou a cerca de 200 freguesias de 29 concelhos.

Devido à importância que a produção de castanha representa para a economia transmontana, tem-se assistido a uma grande mobilização na luta contra a vespa que, à semelhança do que já aconteceu em outros países europeus, pode eliminar até 80% da produção nos próximos anos.

Agora, de acordo com José Gomes Laranjo é necessário garantir a luta biológica, a única que tem sido eficaz no combate à praga e que terá de ser implementada na primavera de 2016.

A luta biológica consiste na largada de parasitóides, insetos que se alimentam das larvas que estão nas árvores e são capazes de exterminar a vespa. Por exemplo, realizar 200 largadas custa entre cerca de 50 a 60 mil euros.

Só que, as encomendas têm de ser feitas agora em dezembro e é preciso, segundo José Gomes Laranjo, assegurar o pacote financeiro necessário.

Aos municípios vai ser pedida ajuda para acompanhar o problema relacionado com a vespa do castanheiro e financiamento que possa assegurar esta luta “que é preciso levar a efeito”.

Em 2015, os custos foram assumidos pelo Ministério da Agricultura e o Instituto Politécnico de Bragança, mas, segundo o investigador, até este momento o ministério ainda não assegurou o pacote financeiro completo e é, por isso, necessário encontrar alternativas.

Após a deteção da praga foi criada uma comissão de acompanhamento a nível nacional, que junta vários organismos do Estado, instituições de ensino superior e também a Refcast e são os técnicos desta comissão que definem, em função dos focos encontrados em cada concelho, o número de largado que é recomendável fazer.


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