Agricultura
O ministro da Agricultura garantiu hoje que Portugal será “frontalmente contra” o eventual fim dos subsídios ao gasóleo agrícola, que ainda não foi discutido na União Europeia mas que, a confirmar-se, será “mais uma machadada forte” no setor.
“O Governo português discorda dessa medida. É uma matéria que não foi discutida ainda na União Europeia, mas, no dia em que for, Portugal estará frontalmente contra e não admitirá que isso possa ocorrer”, disse António Serrano.
Segundo o ministro, se o fim dos subsídios dos Estados-membros ao gasóleo agrícola “viesse a ser uma realidade, era mais uma machadada forte” no setor, porque os agricultores “precisam” daquele apoio para “terem uma agricultura mais competitiva” e poderem “fazer face aos grandes custos de produção, que crescem diariamente,” e “criam dificuldades”.
Em declarações aos jornalistas, no concelho de Cuba, no Baixo Alentejo, António Serrano reagia às declarações do líder parlamentar do CDS-PP, Pedro Mota Soares, que, na terça-feira, defendeu que o Governo português devia “deixar claro” desde já que não aprovará qualquer medida para acabar com o gasóleo agrícola.
O deputado referia-se a uma notícia da edição de terça-feira do jornal Público, que, citando o jornal espanhol El País, escrevia que a Comissão Europeia está a estudar, por proposta da Alemanha, uma norma que visa acabar com os subsídios dos Estados-membros ao gasóleo usado na atividade agrícola.
António Serrano insistiu que “a matéria ainda não foi apresentada em nenhum órgão formal da União Europeia, mas, se algum dia surgir, porque cada país tem o direito de emitir as suas opiniões, e a Alemanha terá o seu direito, Portugal estará frontalmente contra”.
“Não acredito que isso seja viável, nem acredito que a maior parte dos países aceitem que termine esse apoio, que é fundamental para o agricultor”, sublinhou.
O ministro da agricultura falava junto à central hidro-elétrica de Alvito, perto da barragem de Albergaria dos Fusos, no concelho de Cuba, após a cerimónia que serviu para assinalar a conclusão da instalação das cinco centrais mini-hídricas do Alqueva.