Portugal bate novo mínimo recorde para se financiar

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Mais uma emissão, mais um recorde.

Naquela que foi a primeira operação desde que a agência de notação Fitch melhorou a perspetiva de rating para “positiva”, Portugal conseguiu não só arrecadar o montante máximo previsto de dívida pública, mas, sobretudo, pagou os custos mais baixos de sempre para se financiar. Contas feitas, o IGCP vendeu 1,25 mil milhões de euros em Bilhetes do Tesouro (BT) com uma procura sólida, fixando, pela terceira emissão consecutiva, um novo juro mínimo de sempre na linha a 12 meses e suportando a 9 meses a taxa mais baixa em, pelo menos, cinco anos.

A nove meses de prazo, o Tesouro português colocou 325 milhões de euros, com uma taxa de 0,487% e com a procura a ser 4,08 vezes superior à oferta. A última vez que o País emitiu a este prazo foi a 16 de outubro do ano passado, altura em que vendeu 1,05 mil milhões de euros, com uma taxa de juro de 1,714% e com a procura a ser 1,5 vezes superior à oferta. Esta é, segundo os dados disponíveis no IGCP, a taxa mais baixa em pelo menos cinco anos.

Na emissão a 12 meses, Portugal voltou também a fazer história, ao fixar um novo mínimo de sempre: Portugal pagou 0,597% para colocar 925 milhões de euros, e com a procura a ser 1,57 vezes superior à oferta. O mínimo recorde anterior tinha sido atingido no mês passado, altura em que colocou 930 milhões de euros, com uma taxa de 0,602% e com a procura a ser 1,68 vezes superior à oferta.

“O maior impacto direto desta descida de taxas é na dívida das empresas, que vão conseguir financiar-se nos mercados a juros cada vez mais favoráveis”, afirmou Filipe Silva. “Taxas mais baixas na dívida soberana implicam taxas mais baixas na economia real, o que é sempre positivo. E esse efeito é direto, há uma espécie de indexação entre a dívida pública e a privada”, considerou o diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa.


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