Presidente do PS na Guarda com elogios à obra social da Igreja Católica

O líder parlamentar do PS elogiou hoje a obra social da Igreja Católica e defendeu que as instituições privadas de solidariedade social e as misericórdias atuam num nível de maior proximidade do que as entidades estatais.

Carlos César assumiu esta posição na audiência com o bispo da Guarda, D. Manuel Felício, visita no âmbito do programa do segundo dia de Jornadas Parlamentares do PS.

Já no domingo, em Seia, o presidente do PS, que disse não ter “complexos de esquerda”, tinha elogiado a ação das misericórdias e das instituições privadas de solidariedade social no país, num discurso em que também procurou colocar o seu partido no espaço político do “centro esquerda”, longe do “coletivismo” e do neoliberalismo.

Logo nas primeiras palavras que proferiu diante do bispo da Guarda, Carlos César foi direto ao tema central da sua visita: “Queremos com este ato simbolizar o nosso reconhecimento pela obra social da Igreja Católica”.

Neste contexto, num recado ao Governo, o presidente do PS afirmou depois esperar “uma melhoria da contratação com essas instituições de solidariedade social e misericórdias, que estão mais próximas [das populações] do que os serviços do Estado”.

Uma matéria em que Carlos César, perante o bispo da Guarda, invocou a sua experiência no campo social, ao longo de 16 anos, enquanto presidente do Governo Regional dos Açores.

O líder da bancada socialista advogou ainda que estas instituições privadas de solidariedade social e misericórdias podem ter um papel “importante para minimizar as desigualdades sociais e regionais” existentes no país.

Perante estas palavras, o bispo da Guarda agradeceu o esforço do PS “no sentido de se aproximar da realidade das pessoas”, mas advertiu que as assimetrias face aos maiores centros populacionais “não existem apenas no que respeita ao pão para a boca das pessoas, mas também ao nível das tradições”.

“A globalização prejudicou-nos. Passou um traço por cima das nossas potencialidades”, afirmou o bispo da Guarda à delegação do Grupo Parlamentar do PS, numa intervenção em que defendeu a proteção da “biodiversidade” da Beira Interior.

Hoje, no primeiro ponto do programa das Jornadas parlamentares, Carlos César foi recebido pelo presidente da Câmara da Guarda, o social-democrata Álvaro Amaro.

No final da visita, houve troca de presentes, com o antigo secretário de Estado social-democrata Álvaro Amaro a oferecer ao presidente do Grupo Parlamentar do PS um anjo da guarda.

“Serve para afugentar o diabo”, comentou Carlos César a rir-se, numa referência irónica a uma controversa posição assumida pelo presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, sobre a evolução da economia portuguesa.

Álvaro Amaro, também usando o humor, respondeu-lhe imediatamente: “Mas esse anjo da guarda não serve para o abençoar a si”.


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