Deputado do PS na Assembleia da Guarda critica unidade de radioterapia em Viseu

O deputado do PS na Assembleia Municipal (AM) da Guarda Matias Coelho lamentou hoje que o Governo tenha decidido instalar uma nova unidade de serviço de radioterapia em Viseu e que a sua cidade tenha ficado “esquecida”.

“Mais uma vez, a Guarda ficou esquecida”, disse o deputado na reunião de hoje da AM, presidida por Fernando Carvalho Rodrigues (PSD/CDS-PP), onde abordou o assunto com “sentimento de tristeza e de revolta”.

O secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, anunciou em Viseu, no dia 29 de novembro, que no prazo de “dois/três anos” iria ser criado um serviço de radioterapia no hospital de S. Teotónio, em Viseu, dando resposta a uma reivindicação antiga.

“O hospital de Viseu já tem um núcleo oncológico importante, portanto, não consideramos adequado, nem justo, que os doentes oncológicos de Viseu tenham que se deslocar para Coimbra, andando algumas centenas de quilómetros por dia, num processo que muitas vezes implica ciclos terapêuticos de cinco semanas”, justificou.

Segundo o governante, este serviço de radioterapia abrangerá não só o distrito de Viseu, mas “toda a Beira Interior”, ou seja, também os distritos da Guarda e de Castelo Branco.

Em abril, a AM da Guarda aprovou, por unanimidade, uma proposta apresentada pelo mesmo deputado socialista Matias Coelho, que defendia a instalação, naquela cidade, da nova unidade de medicina nuclear e serviço de radioterapia que vai abranger os distritos de Castelo Branco, Guarda e Viseu.

Na proposta era solicitado ao Governo que instalasse aquele serviço no hospital “que se encontra a menos de uma hora de viagem de Viseu, Covilhã e Castelo Branco”, um requisito “importante no tratamento do doente e defendido pelo Governo e pelos técnicos da especialidade”.

Por outro lado, segundo o documento, os doentes dos distritos de Guarda, Viseu e Castelo Branco necessitam, atualmente, “de se deslocar centenas de quilómetros para o Porto, Coimbra ou Lisboa, com graves prejuízos para a sua saúde e com custos acrescidos para o erário público”.

Hoje, Matias Coelho reagiu na AM com “revolta” à decisão do Governo em instalar o serviço em Viseu, constatando que a decisão “foi política e não técnica, porque vai instalar este serviço em Viseu que está a menos de uma hora [de distância] de Coimbra”.

O deputado quer saber “como é que o senhor secretário de Estado” coloca em Viseu, “dentro de uma hora”, os doentes de municípios como Penamacor, Vila Velha de Ródão, Sabugal ou Almeida.

“Este Governo tem intenção de descentralizar, mas no que toca a esta questão da saúde já começou mal”, afirmou.

O presidente da autarquia da Guarda, Álvaro Amaro (PSD/CDS-PP), não assumiu uma posição sobre o assunto, alegando que ainda não estava “bem seguro de qual é a decisão do Governo”.

Na mesma sessão foi aprovada por unanimidade uma moção da bancada da CDU a exigir do Governo “medidas urgentes na agilização atempada e sustentada dos procedimentos administrativos com vista à resolução dos vínculos precários” dos profissionais de saúde que exercem funções permanentes na Unidade Local de Saúde.


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