PME apostam cada vez mais nos serviços através da Internet

As Pequenas e Médias Empresas (PME) portuguesas já apostam nas novas tecnologias e serviços de informação e comunicações, sobretudo os serviços oferecidos através da Internet (Over The Top) e ‘cloud’ (servidor virtual), divulgou a Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM).

Um inquérito da ANACOM, para avaliar a utilização dos serviços de comunicações eletrónicas pelas PME, conclui que estas estão a utilizar cada vez mais os serviços ‘Over The Top’ — OTT — (oferecidos aos clientes pela Internet), como o serviço de mensagens (37,3%) e o serviço de voz (27,2%) e a ‘cloud computing’ (11,4%).

O mesmo inquérito revela ainda que as empresas inquiridas consideram que, numa escala de 1 a 10, o grau de substituibilidade entre serviços OTT e serviços tradicionais na sua empresa é 5,5 e 5,2, no caso da voz móvel e da voz fixa, respetivamente.

Segundo o inquérito, o grupo PT/MEO apresenta as quotas de clientes mais elevadas entre as PME, uma liderança que “é mais evidente nos serviços fixos, embora as suas quotas nestes serviços apresentem uma trajetória decrescente”.

Segue-se então o grupo NOS, com a segunda posição nos serviços fixos e serviços em pacote, ocupando a Vodafone o 2.º lugar na prestação de serviços móveis e aquela que mais tem crescido nos serviços fixos.

Em 2014, a mudança de prestador entre as PME atingiu os níveis mais elevados até agora registados, diz a ANACOM, justificando que “a maior barreira à mudança de prestador é a fidelização” e explicando que cerca de 87% das empresas tinham um período de 24 meses de fidelização.

O trabalho mostra ainda que, entre os inquiridos, 89,7% subscreveram ofertas de serviços de comunicações eletrónicas em pacote, sendo o mais popular o 4Play (voz fixa e móvel e internet fixa e móvel, com 27,2%).

O pacote 2Play (serviço fixo e banda larga fixa) desceu para segundo lugar (20,6%) e a grande maioria das PME subscreveu ofertas ‘standard’ empresariais (84,7%). Apenas 8,8% referiram dispor de ofertas à medida.

O estudo revelou que os clientes empresariais com serviços integrados em pacote foram os que apresentaram uma maior percentagem de reclamações, sendo também os menos satisfeitos com os seus serviços, ao contrário dos que têm serviços fora de pacote, que têm um nível médio de satisfação mais elevado.

Além disso, constata que a penetração dos serviços de comunicações eletrónicas junto das PME varia em função dos setores de atividade, sendo o da construção, por exemplo, um dos que apresenta as mais elevadas penetrações de serviços móveis e as mais reduzidas penetrações de serviços fixos.

Já o setor do comércio apresenta taxas de penetração mais elevadas no fixo.

De acordo com os resultados do inquérito, a penetração do serviço fixo, do serviço móvel e do serviço de acesso à internet entre as PME situava-se nos 93,5%, 89,3% e 93,3%, respetivamente.

O regulador aponta ainda que, apesar de apresentar níveis de penetração mais reduzidos, 54,5%, a internet móvel foi o serviço que mais cresceu (5,9 pontos percentuais, face a 2012).

A ANACOM dá conta de que o inquérito anual ‘Information and communication technologies in enterprises’ do Eurostat, dirigido às empresas com 10 ou mais trabalhadores, revela que a penetração da Internet móvel entre as empresas portuguesas é superior à média da União Europeia (UE), 66% contra 64%, a que corresponde a 10.ª posição no ‘ranking’.

Já a subscrição do serviço de Internet apresenta uma taxa de penetração igual à média da UE, 97%, o que coloca o país na 16.ª posição.

Segundo o inquérito da ANACOM, as principais barreiras à adesão aos serviços de comunicações eletrónicas são a utilização de redes/serviços alternativos àqueles que usam (quem tem telefone fixo e internet fixa não tem interesse em ter voz e internet móvel) e “não existir necessidade/interesse em aderir aos serviços”.

Este inquérito, que é realizado de dois em dois anos, foi efetuado em novembro e dezembro de 2014 e envolveu 3 mil entrevistas, feitas junto das empresas com menos de 250 trabalhadores, que têm sede em Portugal, divulga a ANACOM.


Conteúdo Recomendado