PIB contrai 3,8% no último trimestre

A economia portuguesa contraiu 3,8% em termos homólogos no último trimestre, anunciou hoje o INE. No conjunto do ano o PIB encolheu 3,2%. A estimativa rápida divulgada esta manhã pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) foi assim bastante mais negativa que as expectativas dos economistas sondados pela agência Bloomberg, que apontavam para uma contração de […]

A economia portuguesa contraiu 3,8% em termos homólogos no último trimestre, anunciou hoje o INE. No conjunto do ano o PIB encolheu 3,2%.
A estimativa rápida divulgada esta manhã pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) foi assim bastante mais negativa que as expectativas dos economistas sondados pela agência Bloomberg, que apontavam para uma contração de 3%. E foi o segundo pior desempenho na zona euro, que contraiu 0,9% neste período. Só a economia grega (-6%) destruiu mais riqueza que Portugal nos últimos três meses de 2012. «O contributo positivo da procura externa líquida diminuiu significativamente no quarto trimestre», verificando-se «uma diminuição menos acentuada das importações e uma redução das exportações», justifica o INE, notando contudo que a procura interna apresentou «um contributo menos negativo» fruto de uma redução mais fraca do investimento. Em cadeia (face ao terceiro trimestre), o PIB português contraiu 1,8%. A 11 de março o INE publicará dados mais detalhados sobre a evolução do PIB no quarto trimestre. Previsões do Governo falharam De acordo com os mesmos dados, a economia portuguesa contraiu 3,2% em 2012. Este resultado furou as previsões do Governo, Banco de Portugal e troika. Todas as instituições antecipavam para uma recessão de 3%. Também os dados do desemprego, revelados ontem pelo INE, revelam que a realidade é pior do que as expectativas do Governo. A evolução do desemprego entre outubro e dezembro colocou a taxa média de 2012 nos 15,7%, duas décimas acima da previsão do Executivo. Mesmo a taxa de 16,9% referente ao último trimestre é superior à previsão para todo o ano de 2013, de 16,4%. O primeiro-ministro admitiu ontem a possibilidade de rever as suas previsões económicas para 2013, caso o ritmo de crescimento das exportações continue a abrandar. «Se os sinais de abrandamento do ritmo das exportações persistirem poderemos ter de fazer ajustamentos» às previsões económicas de 2013, admitiu o primeiro-ministro. Na última segunda-feira foi revelado que em 2012 as exportações cresceram apenas 5,8%.

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