O presidente da Federação de Desportos de Inverno de Portugal (FDIP), Pedro Farromba, vai ser o Chefe da Missão Olímpica a Pequim’2022, adiantou à Lusa o presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Constantino.
Pedro Farromba desempenhou as mesmas funções nos Jogos Olímpicos de Inverno Sochi’2014 e PeyongChang’2018 e o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) considerou que esta “é a escolha mais natural”.
“A escolha deve-se às experiências anteriores, que correram bem e, sendo ele o presidente da FDIP, e sendo membro da comissão executiva do COP, faz todo o sentido que seja ele a liderar a nossa missão”, disse José Manuel Constantino, em declarações à agência Lusa.
O presidente do COP sublinhou que Portugal não é um país “com condições naturais para a prática dos desportos de inverno”, nem tem as infraestruturas que permitam condições de treino, e frisou que as expectativas passam por “as modalidades que se possam representar tenham indicadores de crescimento”.
“Não temos aqui qualquer ambição do ponto de vista dos resultados de topo nestas missões. O nosso objetivo essencial é aumentar o número daqueles que podem participar, no pressuposto de que os apuramentos são garantidos por força do mérito dos resultados que estão a pedir nas provas de qualificação e isso, naturalmente, é positivo”, realçou José Manuel Constantino.
Para o presidente do COP, “a circunstância de podermos aumentar o contingente de atletas e de disciplinas que vão estar presentes nos Jogos Olímpicos de Inverno, naturalmente, é um fator positivo”.
Apesar das “enormes limitações”, Constantino afirmou que se tem notado uma evolução na preparação para os Jogos Olímpicos de Inverno, um trabalho que atribui “à FDIP e ao papel liderante que tem tido neste processo de aumentar as disciplinas, de aumentar os praticantes, de aproveitar os recursos disponíveis”.
Segundo o dirigente, “a nossa capacidade de competir ao mais elevado nível no domínio das disciplinas dos desportos de inverno tem ainda um longo caminho a percorrer”.
Embora considere que “as coisas têm vindo a crescer”, referiu ser “um crescimento lento”, tendo em conta a realidade do país.
“É necessária a perceção de superar o fosso que temos relativamente a países com longa tradição nos desportos de inverno e com condições infraestruturais, quer naturais, quer construídas, absolutamente decisivas para ter muita gente a praticar as modalidades e, depois, naturalmente, conseguir apurar aqueles que mais se evidenciam”, observou José Manuel Constantino.
Os Jogos Olímpicos de Inverno Pequim’2022, na China, que se realizam entre 4 e 20 de fevereiro, contam para já com a participação de três atletas lusos, dois no esqui alpino, um masculino e um feminino, e um no esqui de fundo.
Na nona participação de Portugal nos Jogos Olímpicos de Inverno, a FDIP tem a expectativa de qualificar mais dois representantes portugueses, no snowboard e na patinagem no gelo.