Em comunicado, aquela estrutura política, presidida por Cesaldina Robalo, defende que o Hotel Turismo deve ser devolvido à cidade, “mas com as suas portas abertas a todos os habitantes da Guarda e região”.
A Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) anunciou que vai vender pelo valor de 1,7 milhões de euros o antigo edifício do Hotel de Turismo da Guarda, em hasta pública, no dia 30.
A concelhia do PCP/Guarda refere na nota hoje divulgada que “não pode estar mais em desacordo com esta situação”.
“Esta venda, pelo valor de licitação ou pouco superior, nada trará à Guarda. O hotel será entregue a um privado que, obviamente, visará o lucro, sem qualquer garantia de que venha a trazer qualquer tipo de benefício aos cidadãos da Guarda. Será apenas mais um hotel, como outros existentes na cidade, cuja única função é fornecer um serviço e nada mais”, justifica.
Na mesma nota, o PCP defende que o edifício deve ser devolvido à cidade e “à esfera pública, de onde nunca deveria ter saído”.
O edifício emblemático, “cuja identidade se confunde com a própria cidade, deverá ser reutilizado para bem dos habitantes da Guarda, sendo realizadas as devidas obras de requalificação”, aponta.
“Nele poderia ser criada, por exemplo, uma Escola de Artes (música, teatro, dança, artes plásticas) para formação de jovens – como propôs a CDU no seu programa eleitoral -, assim como uma secção museológica com a história do hotel, exposição de fotos, e informação sobre este belo edifício inaugurado em 1947”, sugere a concelhia comunista.
Segundo o anúncio publicado na página da DGTF na Internet, a hasta pública de venda do Hotel de Turismo será realizada nas suas instalações, em Lisboa, a partir das 10:00.
Os interessados podem apresentar propostas até às 16:00 do dia útil anterior ao da praça, é também indicado na mensagem.
A venda do imóvel, que pertence ao Turismo de Portugal, fica sujeita às condições de manutenção do seu uso turístico, através da instalação de um empreendimento turístico hoteleiro, pelo prazo de 30 anos, e à conclusão das obras de recuperação do edifício e início da sua exploração turística no prazo máximo de quatro anos, “sob pena de o contrato ser resolvido”.
O edifício do Hotel de Turismo da Guarda foi vendido em 2010, pela Câmara Municipal, então liderada pelo autarca socialista Joaquim Valente, ao Turismo de Portugal, por 3,5 milhões de euros, para ser recuperado e transformado em hotel de charme com escola de hotelaria, mas o projeto não saiu do papel e o imóvel está de portas fechadas e a degradar-se.
O hotel, inaugurado na década de 1940, foi a primeira unidade hoteleira da cidade mais alta do país.