Paulo Langrouva duvida dos benefícios da reforma do setor da água

O presidente da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo disse ter “algumas dúvidas” relativamente aos benefícios resultantes da reforma do setor das águas anunciada pelo Governo e que quer “ver para crer”.

“Fala-se de que haverá uma discriminação positiva para os territórios do interior e uma penalização para os territórios do litoral. Se assim for, seria muito bom, mas eu [quero] é ver para crer, como se costuma dizer”, disse Paulo Langrouva (PS) à agência Lusa.

O autarca disse que está “expectante” em relação aos benefícios que poderão resultar para o seu município, localizado no interior do país, e que só considerará a “situação consumada quando ela estiver concretizada”.

Por agora, prevê que os territórios do interior vão ser prejudicados” devido ao “monopólio” que será criado no setor das águas.

“Se isso representar uma diminuição de custos para os nossos munícipes, julgo que será positivo, mas eu tenho algumas dúvidas de que isso possa vir a acontecer”, observou.

No entanto, Paulo Langrouva referiu que o seu território tem uma população idosa, com fracos recursos, e a confirmar-se a redução do preço da água “será benéfico” para os munícipes.

“Teremos que aguardar e ver o desfecho da situação”, concluiu o autarca socialista.

O Governo concluiu na quinta-feira a reforma do setor das águas, que passa por “um fortíssimo emagrecimento” do grupo Águas de Portugal, agregando 19 empresas regionais em cinco entidades e reduzindo custos em 2.700 milhões de euros.

Em conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros, o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, afirmou que a criação de sistemas multimunicipais de abastecimento de água e saneamento do Norte, Centro Litoral e Lisboa e Vale do Tejo irá promover uma “harmonização tarifária” entre o interior e o litoral.

O governante referiu ainda que esta “importância da coesão territorial” de traduz na própria localização das sedes sociais das novas empresas, ficando a Águas do Norte S.A. em Vila Real, a Águas do Centro Litoral S.A. em Coimbra e a Águas de Lisboa e Vale do Tejo na Guarda.


Conteúdo Recomendado