Passos diz que «vale a pena ser ambicioso» na reforma do IRC e quer ir mais longe do que a redução da taxa de imposto para 17% até 2018.
Na abertura do debate da moção de confiança, que o Governo apresenta na Assembleia da República, Passos diz que «vale a pena ser ambicioso» na reforma do IRC e quer ir mais longe do que a redução da taxa de imposto para 17% até 2018, como definiu a comissão liderada por Lobo Xavier: «se fixarmos o horizonte de redução para 2020 (…) poderíamos ir bem mais longe do que a taxa referenciada de 17%», salientou o primeiro-ministro. Passos quer, no «novo ciclo» que pretende simbolicamente lançar com este debate onde apresenta a estratégia para próximos dois anos, «mais concertação com os partidos da oposição e cm os parceiros sociais» no âmbito dos exames regulares da ‘troika’, mas também «das reformas estruturais e do processo de regresso ao financiamento de mercado». Para isso, o primeiro-ministro diz que é preciso «alargar a discussão democrática em torno dos grandes temas nacionais» e «ampliar o alcance da negociação política e social». E lança o desafio ao PS, convidando os socialistas para «trabalhar em conjunto» em «medidas de longo alcance»: estratégia de simplificação e redução da taxa de IRC; definição do Acordo de Parceria e programação dos fundos estruturais dos próximos sete anos. Porque Passos acredita que «esta não é a hora de desistirmos do interesse do país por razões de conveniência pessoal ou partidária». E garante que «da parte do Governo, não haverá nem palavras, nem actos de desistência». Na intervenção inicial, Passos anunciou ainda a fundação de uma nova Instituição Financeira de Desenvolvimento para «mudar o paradigma dos fundos europeus» e que terá sede no Porto.