A Comissão de Trabalhadores (CT) refere, em comunicado enviado à agência Lusa, que a luta é para exigir da administração “uma negociação justa para todos, pois existem duas unidades fabris em Portugal [Guarda e Carregado] com duas realidades bem diferentes”. A fonte refere que “um trabalhador da unidade do Carregado consegue tirar mais em prémios do que o próprio salário”. “Não é justo que uma empresa que usufruiu dos impostos do interior do país e que depois faça esta discriminação com os trabalhadores da unidade da Guarda. Se a empresa é uma para benefícios fiscais, também terá de ser para repartir os lucros”, acrescenta. A CT esclarece que “nunca abandonou as negociações” e que continua disponível para dar continuidade ao processo negocial “a qualquer momento”. Indica que “tudo fez para não usar esta forma de luta, mas a empresa não negociou sequer os pontos do Caderno Reivindicativo, tais como o reconhecimento de categorias”. No dia anterior ao início da greve “fez todos os esforços” para a evitar, procurando chegar a um acordo com a direção, lê-se na nota. “Tudo fizemos para a empresa negociar e reconhecer as categorias dos trabalhadores, mas em vão”, salienta. Fonte sindical disse hoje à agência Lusa que a greve, iniciada na quinta-feira da semana passada, com prolongamento previsto até ao dia 23 de maio, tem tido uma adesão diária de cerca de 80% dos 211 operários da fábrica de componentes para a indústria automóvel. No mesmo comunicado, a CT da Dura rejeita alegadas acusações da administração relacionadas com “a não vinda de projetos”, “a perda de projetos”, a “perda de confiança a nível do grupo” e a “perda de confiança a nível de clientes” devido à greve que está em curso. A Agência Lusa tentou obter, sem sucesso, declarações da administração da fábrica da Guarda da Dura Automotive Portuguesa, instalada em Vila Cortez do Mondego.
Operários da Dura em greve por “negociação justa”
Os operários da empresa Dura Automotive Portuguesa, na Guarda, estão a cumprir um período de greve pela defesa de uma negociação salarial “justa”, anunciou hoje a Comissão de Trabalhadores.