Nova estrutura de apoio às vítimas de violência doméstica na Covilhã

A Covilhã vai ter uma casa de emergência para dar apoio as pessoas vítimas de violência doméstica.

O anúncio feito pelo vereador com o pelouro da ação social durante uma conferência de imprensa que serviu para fazer o balanço de atividade do gabinete de apoio à vítima que funciona nas instalações da associação “Coolabora”.

Jorge Torrão refere que a localização do espaço vai ser mantida em segredo, mas as obras estão concluídas e o imóvel reúne todas as condições para poder dar apoio às vítimas durante um período máximo de 10 dias “era uma aspiração legitima e penso que se trata de uma resposta absolutamente necessária face à eminência dos casos de violência que infelizmente com a nossa sociedade se vê confrontada; há uma habitação que está disponível e que está pronta a responder no sentido de apoiar qualquer situação por um prazo de dez dias embora eu entenda que esse período deve ser maior mas, como compreendem, por uma questão de sigilo não iremos divulgar a sua localização”.

Desde que foi criado, há 5 anos, o gabinete tem uma média anual de 120 atendimentos em toa a região da Cova da Beira. No entanto Graça Rojão, presidente da “Coolabora” sublinha que a maior predominância de casos se verifica no concelho da Covilhã e atinge com maior preponderância as mulheres “temos uma média de atendimento de 120 casos por ano sendo que 87 por cento das vítimas são do sexo feminino pelos dados que podemos analisar referentes aos últimos dois anos porque se analisarmos desde o início a percentagem ainda sobe e geralmente o agressor é o companheiro numa relação onde haveria expectativa de amor”.

Só no último ano o serviço social do centro hospitalar da Cova da Beira encaminhou duas dezenas de processos para o ministério público em virtude de ter prestado tratamentos a pessoas que aparentavam sintomas de violência doméstica. Paula Torgal, responsável daquele serviço, sublinha que existe uma atenção cada vez maior em torno destas situações e as consciências começam a estar mais despertas “na nossa estatística de serviço social posso dizer que a tendência que se verifica é para um aumento do número de casos encaminhados para o ministério público em relação ao ano passado”.

À PSP da Covilhã nos primeiros 10 meses deste ano chegaram 40 queixas relacionadas com casos de violência doméstica. Um número que de acordo com o sub comissário Hugo Gonçalves representa mais de 10 por cento de toda a criminalidade assinalada pela Polícia “nos primeiros dez meses deste ano a PSP da Covilhã recebeu 40 queixas de violência doméstica o que se constitui como cerca de 30 por cento dos casos de violência contra as pessoas e cerca de 10 por cento de toda a criminalidade; só neste mês de novembro já tivemos conhecimento de quatro situações de violência doméstica em que as vítimas estão a ser acompanhadas pelo nosso policiamento de proximidade e o inquérito está a ser desenvolvido pelos elementos da investigação criminal com formação especifica nessa área”.

Santos Alves, responsável do comando distrital da GNR sublinha que aquela força de segurança tem vindo também a tomar várias medidas no sentido de reforçar a área da investigação e proporcionar um melhor acolhimento às vítimas destes casos “neste momento já temos quatro militares que estão especializados nas questões relacionadas com a violência de género e temos também uma grande preocupação com as estruturas de receção das vítimas; no distrito de Castelo Branco já temos a funcionar essas estruturas de apoio nos postos da Covilhã, de Castelo Branco e de Belmonte e onde as pessoas se sentem à vontade para explicar bem a situação que lhes está a acontecer mas a nossa intenção é alargar isso aos 31 postos da GNR em todo o distrito”.

Ao fazer o balanço da atividade do seu gabinete de apoio à vítima, a associação “Coolabora” sentou à mesma mesa todas as entidades parceiras neste projeto e realiza esta terça-feira uma ação evocativa do dia internacional do combate à erradicação da violência.


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