Ministério do Ambiente afasta existência de seca hidrológica

O Ministério do Ambiente afastou hoje a existência de seca hidrológica no país e realçou que as bacias revelam sinais de recuperação, apesar de 12 albufeiras terem disponibilidades inferiores a 40% do volume total.

“De acordo com o estabelecido no Sistema de Vigilância e Alerta de Secas e no Plano de Prevenção, Monitorização e Contingência para Situações de Seca, no final de setembro continuava-se não só a verificar a ausência de seca hidrológica, como efetivamente se registou um aumento do volume de água armazenado nas bacias do Lima, Cávado e Ave”, resume um comunicado hoje divulgado.

O Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia (MAOTE) acompanha a situação de seca meteorológica e realizou uma reunião, que contou com a presença do ministro, Jorge Moreira da Silva, para fazer o balanço do ano hidrológico 2014/2015, terminado a 30 de setembro.

A análise efetuada “afasta a situação de seca hidrológica, uma vez que as bacias hidrográficas nacionais já revelam sinais de recuperação da situação de seca meteorológica”, concluíram os responsáveis.

Os dados disponíveis revelam que, das 60 albufeiras monitorizadas, sete apresentam disponibilidades hídricas acima de 80% do volume total enquanto 12 estão abaixo de 40%.

No entanto, “nenhuma destas albufeiras se encontra em situação que justifique a declaração de seca”, realçou a informação do Ministério.

Os armazenamentos de setembro por bacia hidrográfica, segundo aquela fonte, apresentam-se superiores às médias de armazenamento de setembro 1990/1991 a 2013/2014, com exceção para as bacias do Lima, Mondego, Tejo, Sado e Guadiana, que estão “ligeiramente abaixo” da média.

A aprovação dos programas de exploração de albufeiras, para preparar o novo ano hidrológico, iniciado a 01 de outubro, vai realizar-se numa reunião ordinária da Comissão de Gestão de Albufeiras.

O encontro de trabalho para fazer o balanço do ano hidrológico também contou com a presença do secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e dos diretores regionais das Administrações de Região Hidrográfica (ARH).

Existem três tipos de seca: meteorológica, agrícola e hidrológica e esta última verifica-se quando os níveis das albufeiras estão muito abaixo da média.

Segundo o último boletim climatológico mensal, publicado no início de outubro pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a 30 de setembro 85% do território nacional estava em situação de seca meteorológica, 24% em seca fraca, 29% em seca moderada e 32% em seca severa.

De acordo com a análise realizada pela IPMA, o índice meteorológico de seca, que tem em conta dados da quantidade de precipitação, temperatura do ar e capacidade de água disponível no solo, permitindo detetar a ocorrência de períodos de seca e classifica-los em termos de intensidade, revela que a situação de seca teve início em março de 2015, intensificando-se até final de julho e mantendo-se em agosto em quase todo o território.


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