O Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas anunciou hoje que já efectuou o último pagamento de compensação aos agricultores afectados pelos incêndios do Verão passado, beneficiando 1777 pessoas com um total de 2,3 milhões de euros.
Em comunicado, a tutela avança que através do Instituto de Financiamento de Agriculturas e Pescas (IFAP) efetuou o último pagamento de mais de 1,3 milhões de euros aos agricultores afetados, depois de dia 17 ter pago a primeira parte da compensação, no valor de cerca de um milhão de euros.
Estas compensações surgem devido aos prejuízos provocados pelos incêndios do verão passado nas pastagens, representando uma ajuda alimentar para o gado que viu várias áreas de pastoreio destruídas pelos fogos.
Segundo o Ministério da Agricultura, a maioria das compensações foi paga a agricultores da região Norte, quase 1100. As restantes referem-se a candidaturas na região Centro e uma candidatura na região de Lisboa e Vale do Tejo.
Através de despacho publicado em Diário da República a 27 de Agosto, a tutela concedeu aos agricultores uma ajuda específica à alimentação animal por causa dos incêndios que assolaram o país até à data e destruíram várias áreas de pastoreio.
A 22 de Outubro, o ministério teve de atualizar o despacho, anexando mais freguesias que se poderiam candidatar às compensações para as necessidades de alimentação alimentar, devido ao número de incêndios que ainda se verificaram em Setembro e Outubro.
O levantamento das situações mais críticas em cada freguesia do país e as fases de candidatura às ajudas disponibilizadas decorreram entre meados de Outubro e o início de Dezembro.
Até meio de Outubro, os incêndios florestais consumiram quase 129 mil hectares, mais 54,5 por cento do que em igual período do ano passado, segundo um relatório da Autoridade Florestal Nacional.
De acordo com o documento, o distrito da Guarda contabiliza a maior área ardida (24 284 hectares), seguindo-se os distritos de Viana do Castelo (24 179), Viseu (18 571), Vila Real (18 044) e Braga (13 603).
Porto é o distrito com mais ocorrências (5879), depois de Aveiro (2809) e Braga (2290).
Os dados provisórios da AFN indicam, igualmente, que o maior número de ocorrências foi contabilizado em Agosto, tendo-se registado 9433, mês em que as chamas consumiram o maior número de área, 98 234 hectares.
A AFN diz ainda que até 15 de Outubro foram contabilizados 182 grandes incêndios (com uma área igual ou superior a 100 hectares), 26 dos quais com uma área superior ao milhar de hectares e na sua totalidade registados no mês de Agosto.