Os líderes europeus voltam hoje a tentar um acordo sobre o orçamento comunitário plurianual, numa negociação que se espera difícil.
Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) iniciam hoje, em Bruxelas, negociações para alcançar um acordo sobre o Quadro Financeiro Plurianual para 2014-2020, depois de, em novembro, terem falhado um compromisso. No Conselho Europeu, com início previsto para as 15h locais (14h de Lisboa), deverão voltar a evidenciar-se as divergências entre os Estados-membros, que inviabilizaram um compromisso no final de 2012: de um lado, os países economicamente mais poderosos e contribuintes líquidos para o orçamento, que defendem cortes, e, de outro, os Estados com economias mais frágeis, como Portugal. O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, já anunciou que os cortes em relação ao orçamento atual são inevitáveis e adiantou que vai apresentar aos líderes europeus uma nova proposta, que incluirá uma iniciativa de «vários milhares de milhões de euros» destinada a combater o desemprego jovem. Portugal, que estará representado pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, prefere que fique fechado um acordo nesta cimeira, mantendo um possível «cheque extra» de 1000 milhões de euros, mas defendendo uma maior flexibilidade na distribuição da verba, segundo fontes diplomáticas.
Proposta de mais 1000 milhões para Portugal
Em novembro, foi proposto um envelope adicional de 1000 milhões de euros a Portugal, dos quais 100 milhões seriam para a Madeira, tendo Passos Coelho, reclamado, na altura, uma distribuição diferente, que não beneficiasse apenas Lisboa e a região autónoma. Em relação à Política Agrícola Comum (PAC), o Governo considera inaceitável um corte de 25% no desenvolvimento rural, que representa quase metade do que Portugal recebe. Uma vez alcançado um acordo a 27 sobre o orçamento da UE, é a necessária a aprovação pelo Parlamento Europeu (PE). O presidente do PE, Martin Schulz, já alertou para o ‘chumbo’ certo dos eurodeputados a uma proposta que ignore as suas exigências orçamentais, defendendo a proposta da Comissão Europeia (1,03 biliões de euros). A última proposta do Conselho apontava para um orçamento de 973 mil milhões de euros.