O presidente da comissão política concelhia do PS da Guarda, Nuno Almeida, anunciou hoje que se demitiu do cargo após a derrota do partido nas eleições autárquicas de domingo.
Álvaro Amaro, da coligação PSD/CDS-PP, foi eleito presidente da Câmara Municipal da Guarda, por maioria absoluta, com 51,43% dos votos e cinco mandatos autárquicos. O PS, que candidatou o advogado José Martins Igreja, perdeu a liderança da capital de distrito, que desde 1976 era presidida pelo PS, ao conseguir 30,39% e a eleição de dois vereadores. O socialista Nuno Almeida disse hoje à agência Lusa que após o apuramento dos resultados no concelho decidiu demitir-se “por uma questão de coerência”, tendo comunicado a decisão, por correio eletrónico, ao presidente da federação do PS da Guarda e ao secretariado nacional do partido. “Quem é dirigente político e tem uma derrota pesada como esta que o PS teve, a minha opinião é que deve tirar conclusões e a consequência é mesmo o pedido de demissão”, justificou o líder demissionário. Lembrou que o projeto apresentado pelo partido, que visava “ganhar as autárquicas de 2013” na Guarda, “falhou”, daí a sua demissão do cargo que ocupava há dois mandatos consecutivos. Nuno Almeida sempre acreditou na vitória do PS, daí que tenha ficado surpreendido com a “dimensão” da derrota eleitoral no concelho da Guarda. “O processo pós eleições diretas [para escolha do candidato socialista, que levou ao aparecimento de uma candidatura independente liderada pelo ex-socialista Virgílio Bento que foi impedida pelo Tribunal Constitucional] e o mandato de oito anos que agora termina [com a liderança de Joaquim Valente] são fatores que devem ser analisados”, segundo o socialista. Sem apontar nomes, Nuno Almeida referiu que “há várias pessoas que têm culpa no que aconteceu” na Guarda, cuja autarquia era um bastião socialista e foi agora conquistada por um candidato da coligação PSD/CDS-PP. “Também eu tenho culpas e não fujo à minha responsabilidade”, concluiu. A demissão de Nuno Almeida da concelhia do PS da Guarda acontece pouco tempo antes de terminar o atual mandato, referindo que independentemente da sua decisão haveria eleições “ainda antes do final do ano”.