Licores tradicionais entram no mercado asiático

A amêndoa amarga e a groselha produzidas em Portugal estão a suscitar o interesse do mercado asiático. A Xarão, empresa de Valongo de produção de licores, entrou recentemente no mercado chinês, avançou ao SOL o administrador do negócio familiar, Hugo Monteiro. O Vietname também está nos planos, tal como a Colômbia. O empresário, que pertence […]

A amêndoa amarga e a groselha produzidas em Portugal estão a suscitar o interesse do mercado asiático.
A Xarão, empresa de Valongo de produção de licores, entrou recentemente no mercado chinês, avançou ao SOL o administrador do negócio familiar, Hugo Monteiro. O Vietname também está nos planos, tal como a Colômbia. O empresário, que pertence à segunda geração da família que fundou o negócio dos licores em 1982, explica que a entrada no Vietname poderá ocorrer através de um intermediário luso-vietnamita, com um projecto próprio para levar para o país produtos portugueses. “Não há câmaras de comércio, não há consulados. Não sabemos se vai dar alguma coisa ou não, mas está previsto que o Vietname venha a ser, até 2020, a sétima economia mundial. Interessa a qualquer empresa”, justifica o gestor. A empresa, que em 2012 teve um volume de negócios de três milhões de euros, estreou-se em mercados estrangeiros há anos, mas só em 2009 começou a levar a internacionalização a sério. No ano passado, as exportações representaram 7% do volume de negócios da Xarão. Este ano, com os negócios com a China, as expectativas são exportar entre 13% e 15% da produção. As negociações neste país começaram em Março. E três meses depois, após a participação na HOFEX, a maior feira asiática na área da hotelaria e distribuição alimentar, em Hong Kong, seguiu a primeira encomenda. A classe média da China, onde os parceiros da Xarão se renderam ao sabor da amêndoa amarga, representa “um nicho de mercado que anda perto dos 10 milhões de pessoas”, sublinha Hugo Monteiro, que refere ainda que os chineses “olham para os produtos portugueses como sendo de qualidade”. Os principais produtos da empresa são a groselha, a amêndoa amarga e o licor de anis.
Alternativas à Europa
O administrador reconhece que a entrada no mercado chinês aconteceu muito rapidamente, mas lembra que as dificuldades no mercado interno obrigam a pensar em voos mais altos. “Colocar produtos na Europa está muito difícil. O mercado encolheu bastante”, refere. Recentemente, a empresa reactivou uma parceria no Rio de Janeiro, que lhe permitirá voltar a fornecer directamente o mercado brasileiro. No estado norte-americano do Massachusetts e na Venezuela, a Xarão tem em curso os registos de marca. Em 2014, a empresa vai participar num roadshow na Colômbia, organizado pelos ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Economia. Serão visitadas três cidades do país, uma oportunidade para fazer contactos com vista à entrada neste mercado. Paraguai, Canadá, França, Suíça, Luxemburgo, Espanha são outras geografias onde a Xarão está presente. A empresa tem ainda “operações pontuais” em Moçambique, Cabo Verde e Angola. Neste momento, procura de um investidor local para entrar com outra força nestes mercados africanos, conta Hugo Monteiro. “Temos lá muitos clientes, mas não temos parceiros”, sublinha o administrador.

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