Jorge Matias completou este ano o 11.º ano de escolaridade, mas já tem um vasto currículo na área da robótica e das novas tecnologias. Em 2013, foi campeão nacional de robótica (integrado na equipa ADoT – Associação Desenvolver o Talento/Município de Pinhel) e ficou em 5.º lugar no campeonato mundial Robocup, realizado na Holanda. Já foi convidado para integrar a equipa de Aveiro de futebol de robótica e para prosseguir os estudos na universidade de Oxford (Reino Unido). Atualmente, colabora com a multinacional Apple no desenvolvimento de aplicações informáticas, programa e constrói robôs para provas nacionais e internacionais, nas quais participa individualmente. O jovem autodidata também se orgulha de ter automatizado a casa e de ter participado no Encontro Nacional de Estudantes de Informática (ENEI 2014), em Aveiro, onde falou de dispositivos autónomos. O jovem contou à agência Lusa que o gosto pela informática e pela robótica começou aos nove anos, quando os pais lhe ofereceram, como prenda de aniversário, um “kit” da Lego, “que dava precisamente para programar e dar atividade” às peças. “Estive um ou dois anos a desenvolver por mim mesmo o ‘kit’ da Lego, depois tive conhecimento da ADoT, da Guarda, entrei para lá, estive durante dois anos e consegui adquirir grande parte dos meus conhecimentos”, disse. Jorge Matias dedica “a maior parte” dos tempos livres à robótica e chega mesmo “a substituir algum tempo de estudo” por aquela atividade. Após completar o 12.º ano, espera tirar o curso de engenharia eletrotécnica ou de engenharia informática. Quanto ao futuro profissional, gostaria de criar a própria empresa ou então juntar-se “a uma grande empresa de tecnologia, como a Microsoft, a Apple ou a Google”. Os amigos acham-no “meio maluco” e alguns pedem-lhe para “fazer um robô que faça tudo lá em casa”. “Se calhar, um dos meus objetivos é fazer um robô parecido com o ser humano que faça uma grande parte das tarefas”, admite. Para esse objetivo já faltou mais, pois gaba-se de, com recurso a um dispositivo com internet, ter tido o frigorífico de casa a indicar “o que tinha lá dentro e o que estava a sair” e de ter o quarto “automatizado”. Como a mãe “não gostou muito da ideia” desfez o que tinha feito, restando apenas um candeeiro, no quarto onde trabalha, que é controlado remotamente. No percurso já traçado, o jovem “génio” reconhece o apoio que tem tido dos pais, que “sempre se esforçaram” para lhe disponibilizarem todo o material necessário. A mãe, Lurdes Correia, orgulha-se das capacidades do filho e confirma que ele “contou sempre” com o seu apoio. “Ele dominou a informática e o inglês” desde muito cedo, para grande surpresa da família, lembrou.
Jovem de Pinhel perito em robótica ambiciona trabalhar para empresas mundiais
Um jovem de 17 anos, residente em Pinhel, que se destaca na robótica e no desenvolvimento de aplicações para dispositivos móveis, tem o sonho de poder trabalhar para empresas mundiais do ramo da tecnologia.