Jorge Patrão preside ao Parkurbis

Nova administração decidiu afastar Pedro Farromba da direção executiva.

Eleito pelos acionistas na passada quinta-feira, o novo Conselho de Administração (CA) do Parkurbis – Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã SA chegou, na terça-feira, a acordo com Pedro Farromba para que o vereador da oposição na autarquia deixasse o cargo de diretor executivo da sociedade. A nova equipa diretiva é liderada por Jorge Patrão, ex-presidente da Região de Turismo da Serra da Estrela, e tem como administradores Miguel Bernardo e Hélio Fazendeiro.
Recorde-se que a anterior administração presidida por Carlos Martins, vice-presidente da Câmara da Covilhã, e composta ainda por Dias Rocha e José Manuel Biscaia, respetivamente, autarcas de Belmonte e de Manteigas, se demitiu em bloco em abril devido a alegadas divergências com o agora ex-diretor executivo da sociedade. Nesta terça-feira, o CA recentemente eleito e Pedro Farromba «procederam, por acordo mútuo, ao término do contrato que existia entre as duas partes». De acordo com nota de imprensa enviada às redações, este acordo «permitirá, se assim se entender no futuro, a disponibilidade de cooperação estratégica entre ambos». Dias antes, após a Assembleia Geral de acionistas, o novo presidente do Parkurbis remeteu para uma ocasião posterior a apresentação do plano de atividades, assumindo que o lugar é um «desafio» numa terra que «há 500 anos foi talvez a cidade da Europa que mais contribuiu para o avanço da ciência» Jorge Patrão disse ser «esse o desafio a que temos que tentar dar resposta apesar dos efeitos da interioridade, do depauperamento populacional, demográfico e económico de todo o interior do país», apostando numa «diferenciação» em relação a outros parques semelhantes. O novo responsável quer inteirar-se da real situação financeira da sociedade, mas garante que já conhece «os números da associação Parkurbis e de outros organismos na Covilhã» e o que conhece até ao momento leva-o a afirmar que houve «gestão danosa por parte do município anterior, a vários níveis não só na Câmara, como nas empresas municipais e nesta também». Jorge Patrão denuncia, nomeadamente, «empréstimos de tesouraria de valores superiores a um milhão de euros para darem resposta a verbas de centenas de milhares», algo que, no seu entender, não configuram uma «gestão correta, nem adequada mas isso tudo a seu tempo será analisado», assegura. O dirigente frisa não estar «habituado a ir para organismos em boa situação financeira mas em tão má situação também não», sustentando que teria «vergonha de deixar resultados financeiros deste tipo para quem viesse a seguir»: «Há dois Parkurbis (a associação e a sociedade). Estamos a falar já de milhões que em dívida, que entraram em incumprimentos e que é preciso resolver rapidamente. Basta ver que em 2013 a Câmara da Covilhã, apesar de ser ano de eleições, não fez as transferências devidas durante todo o ano e que se destinavam ao cumprimento das obrigações bancárias decorrentes da construção dos edifícios», acusa Jorge Patrão.

 


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