Hotelaria quer autoestrada da Beira Interior como itinerário complementar

A delegação de Castelo Branco da Associação da Hotelaria e Restauração (AHRESP) defendeu a passagem da autoestrada da Beira Interior (A23) a itinerário complementar (IC), argumentando que o preço das portagens não corresponde à qualidade da via.

“A autoestrada [A23] está cheia de ressaltos. Se estamos a pagar um serviço que é caro, então tem que haver qualidade. E se não tem qualidade e não investem na Beira Interior, então a Scutvias tem que chegar a acordo com o Governo e é melhor passar a autoestrada a itinerário complementar (IC)”, afirmou o delegado de Castelo Branco da AHRESP, Ricardo Ambrósio.

A A23 atravessa os distritos da Guarda, Castelo Branco, Portalegre e Santarém, ligando Torres Novas (A 1) à Guarda (A 25).

A associação argumentou ainda com o número crescente de acidentes na estrada nacional 18, a via alternativa à A23, e também com a falta de estações de serviço com qualidade e da ausência de multibanco nestes espaços.

“Estão sempre a acontecer [acidentes]. O Governo não vê porque os governantes passam pela autoestrada. Se passassem pela EN 18 de certeza que apanhariam alguns sustos”, disse.

Ricardo Ambrósio adiantou também que a Beira Interior tem que resolver este problema: “Está em causa a sobrevivência de empresas e pessoas. Estamos a pagar um serviço [na A23] que é uma mentira e é uma falta de honestidade de quem está a gerir este consórcio”, refere.

O delegado de Castelo Branco desta associação sublinhou que as consequências de toda esta situação são “muito graves” e “nota-se que cada vez mais a autoestrada está vazia”.

Caso nada de concreto seja feito, prometeu “começar a atuar por diferentes formas”.

“Alguma coisa irá acontecer. Estamos votados ao abandono, isto não pode ser e não nos vamos calar. É muito urgente haver um ‘boom’ de indignação”, afirmou.

Ricardo Ambrósio deu como exemplo aquilo que se passa em Lisboa, onde o IC 19 tem três faixas de rodagem em cada um dos sentidos, áreas de serviço com qualidade superior à A23 e é “totalmente gratuito”.

“A A23 tem de mudar para IC23, porque, a continuar assim, a Beira está cada vez mais condenada à desertificação e distante da qualidade de vida mediana”, concluiu.


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