Guarda tem o maior índice de poder de compra da região

Indicador do município está acima da média da região Centro e 2,1 pontos da média nacional, segundo dados divulgados esta semana pelo INE.

A Guarda é, de longe, o município com o maior índice de poder de compra per capita da região, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados na segunda-feira. No entanto, o Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio de 2013 mostra que os 17 concelhos do distrito da Guarda e Cova da Beira continuam abaixo da média nacional, que é de 100.

O primeiro lugar da cidade mais alta neste ranking não é novidade, já que a Guarda lidera este indicador desde 1993 e tem vindo a melhorá-lo de ano para ano. Em 2013, a cidade apresentava um índice de poder de compra de 97,9 (ver quadro), o registo mais próximo da média nacional na região. A seguir vêm os maiores concelhos da Beira Interior, como a Covilhã (86,2), Seia e Fundão (ambos com 78,1), por esta ordem. O município de Almeida (76,3) ocupa o quinto lugar desta classificação regional, enquanto Belmonte é o último concelho a ficar acima da barreira dos 75, com 75,6. O índice de poder de compra dos restantes onze municípios situa-se entre 70,1 (Gouveia) e 61,2 (Fornos de Algodres). Já o índice médio destes 17 concelhos é de 72,2. A média do continente fica-se pelos 100,75 e a da região Centro pelos 89,21.

O Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio de 2013 revela que apenas 32 dos 308 municípios portugueses, todos situados nas áreas metropolitanas de Porto e Lisboa e nalgumas capitais de distrito, estão acima da média do país.

Os restantes 276 estão abaixo da média nacional. Entre estes, 143 concelhos – 46 por cento do total – apresentam um índice de poder de compra inferior a 75. Inversamente, metade do poder de compra do país (50 por cento) está concentrado em apenas 23 municípios, sendo que os 35 concelhos que integram as duas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto concentram, entre si, mais de metade (51 por cento) do poder de compra de Portugal. Lisboa e Oeiras registam os maiores valores de riqueza. A capital tem um índice de 207,9, mais do dobro da média do país (100), enquanto Oeiras apresenta um valor de 180,7, ultrapassando o Porto, que também fica largamente acima da média nacional, com um poder de compra de 169,9. No resto do país, algumas capitais de distrito também registam um resultado no índice de poder de compra acima de 110. É o caso de Faro (132,3), Coimbra (130,3), Aveiro (123,5) e Évora (111). Também Sines (128), Funchal (111,9) e Azambuja (110,8) têm um poder de compra acima da média do país, o que significa, segundo o INE, que existe «uma associação positiva entre o grau de urbanização» dos municípios «e o poder de compra aí manifestado quotidianamente».

No índice relativo à Percentagem do Poder de Compra, que pretende avaliar o grau de concentração do poder de compra nos diferentes territórios, um indicador que valoriza a população, destaque novamente para Lisboa, que concentra 10 por cento do poder do país. Por sua vez, o Porto registava 4 por cento. Segundo o INE, o poder de compra concentrava-se, em 2013, «de forma mais intensa nas regiões do Litoral continental». Na região o melhor indicador pertence à Covilhã, com 0,411 por cento, enquanto a Guarda fica-se pelos 0,385. À exceção de Fundão (0,211) e Seia (0,178), todos os outros municípios não chegam aos 0,1 por cento. Sem novidade é a conclusão do INE, segundo o qual as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto concentravam mais de metade do poder de compra do país: 52 por cento, sendo que é na de Lisboa (34 por cento) que se concentra um terço de todo o poder de compra de Portugal. Ora nestas duas áreas metropolitanas vive 44 por cento da população.

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