“Nós [Câmara Municipal da Guarda] decidimos apresentar-nos como cidade candidata à Capital Europeia da Cultura em 2027. Decidimos porque nós devolvemos ambição à Guarda”, afirmou o autarca.
Como a Guarda é uma cidade transfronteiriça, a autarquia vai envolver no processo de candidatura instituições de Salamanca, Espanha, com destaque para a sua universidade, com quem já existe uma grande colaboração.
“Estamos agora a trabalhar para constituir a comissão que irá, naturalmente, desenvolver os trabalhos para uma candidatura que queremos forte”, afirmou.
Álvaro Amaro disse que outras cidades portuguesas também são candidatas a Capital Europeia da Cultura 2027, mas admite que a candidatura da Guarda terá “uma solidez ainda maior” por a cidade estar “estrategicamente localizada” e apresentar uma pretensão com uma componente associada a Espanha.
“E, naturalmente que a Guarda, como uma cidade de uma riqueza patrimonial muito importante, que é reconhecida, e com uma componente cultural cada vez mais intensa (…), creio estarmos em boas condições para ter uma disputa forte como queremos fazer até 2021, altura em que se decidirá qual é a cidade portuguesa que será a Capital Europeia da Cultura em 2027”, admite o presidente da Câmara Municipal.
Álvaro Amaro aponta que sob a sua liderança a cidade tem apostado na vertente cultural, lembrando que, entre outras realizações, já promoveu duas edições do Simpósio Internacional de Arte Contemporânea e o município passou a ser sócio fundador da Fundação Serralves.
Referiu ainda que a candidatura da Guarda pode ganhar “força” com o envolvimento de toda a região da Beira Interior e com “uma forte ligação” a Espanha.
“Nós estamos apostados e temos trabalhado para sermos uma capital [de distrito] portuguesa, como eu sempre disse, equidistante entre Lisboa e Madrid [capital espanhola], [e] nós estamos numa conquista destes grandes mercados de seis milhões [de pessoas] até Madrid. E eu acho que a Guarda merece [ser Capital Europeia da Cultura] pelo trabalho que tem feito, pela envolvência e pela vontade que tem demonstrado”, afirmou à Lusa.
Assim, o presidente da autarquia da Guarda assume que a candidatura será apresentada com “muita ambição”, pelo facto de existirem “bons argumentos”, que serão apresentados pela comissão técnica e científica que o município vai constituir.
O Parlamento Europeu aprovou a 13 de junho a lista dos Estados-membros que vão acolher as capitais europeias da cultura entre 2020 e 2033, que prevê que uma cidade portuguesa seja capital em 2027, juntamente com uma localidade da Letónia.
Os concursos para a atribuição do título de Capital Europeia da Cultura começam seis anos antes, pelo que, no caso de Portugal, tal só acontecerá dentro de quatro anos, em 2021.