“São 24 polos que constituem uma rede que se quer consolidada, moderna, tecnológica e preparada para fazer face àquilo que são os desafios que temos pela frente como o combate às alterações climáticas, o esbater as desigualdades sociais e territoriais”, explicou Maria do Céu Antunes.
A governante, que falava em Nelas, no Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão, acrescentou ainda que outro desafio é “poder inverter a demografia e a tendência demográfica do país com o envelhecimento, nomeadamente no setor agrícola” e conseguir “ter territórios mais resilientes e mais preparados”
“Para isso, sabemos que é preciso mais conhecimento, mais tecnologia e mais investigação dedicada e orientada para estes desígnios” referiu Maria do Céu Antunes que disse que “estes 24 polos querem ser o motor das políticas publicas” para atingir as “metas ambiciosas traçadas pela agenda de Inovação para a agricultura 20/30”.
Daqui a 10 anos, em 2030, disse, o objetivo é “poder atingir as metas ambiciosas, nomeadamente fazer com que 80% dos jovens agricultores se instalem no interior do país e fazer com que mais 20% da nossa população adira à dieta mediterrânica como forma de saúde e promoção de bem-estar.
“Que possamos aumentar a produção agrícola em 15% e onde possamos também fazer com que o investimento na investigação e no desenvolvimento tecnológico possa ser aumentado em 60%”, enumerou, acrescentando que “o desejo é valorizar a exportação em dois mil milhões de euros, mas por causa da pandemia, o valor poderá de ser ajustado”.
Sem qualquer orçamento previsto para esta agenda de inovação – os polos vão funcionar em edifícios do Governo já existentes -, Maria do Céu Antunes defendeu que “o pior que pode acontecer, do ponto de vista em política é traçar objetivos e estratégias em função do orçamento, porque fica sempre coxo”.
“Ou o orçamento não chega ou a estratégia fica sempre diminuída e esta agenda é ambiciosa e deve alocar fundos sejam eles da Agricultura, da Coesão, das Ciências, dos orçamentos de Estado ou a partir dos instrumentos mecanizados em Bruxelas”, assumiu.
Da mesma forma que ainda não há orçamento para a “requalificação de alguns dos polos que estão obsoletos”, admitiu a ministra, como é o caso do de Nelas, onde decorreu a apresentação da rede e, para o qual, o presidente da Câmara ainda não tem um levantamento feito do investimento necessário.
“A presença aqui de todos estes responsáveis políticos, leva-me a crer que, até ao final do ano, poderá haver novidades. Estamos incluídos na rede e queremos saber em que se consubstancia esta rede da inovação para o Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão”, adiantou aos jornalistas José Borges da Silva.
No seu entender, “tem de haver um envolvimento entre os agentes locais e económicos, instituições de ensino e os ministérios essenciais para dinamizar o centro que exige a requalificação das instalações e dos instrumentos de investigação e apetrechamento de recursos humanos”.
Durante a apresentação, o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, José Sobrinho Teixeira, destacou que “nunca o setor agrícola esteve tão qualificado como agora e a tendência é que seja cada vez mais qualificado”.
Da mesma forma que a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, elogiou a meta da agenda ou “querer que 80% dos jovens agricultores se fixem no interior, porque isso é tornar o território mais coeso”.
Os 24 polos distribuídos pelo país vão trabalhar “cadeias de valor e valorização de produtos endógenos” como a fruta, o vinho, vinha e espumante, o olival e azeite e a horticultura, os cereais, as leguminosas, a produção animal e pastagens e forragens.