Gouveia adapta “Villa Josephine” em Melo a “Casa-Museu Vergílio Ferreira”

A adaptação da “Villa Josephine” a “Casa-Museu Vergílio Ferreira com Residência Artística” representa a concretização de “um compromisso que o município tinha assumido”.

O município de Gouveia, no distrito da Guarda, adjudicou a obra de adaptação do edifício “Villa Josephine”, situado na aldeia de Melo, para funcionar como centro de cultura, com a designação “Casa-Museu Vergílio Ferreira com Residência Artística”.

O presidente da Câmara de Gouveia, Luís Tadeu, disse hoje à agência Lusa que a adaptação do edifício, também conhecido por “Casa Amarela”, adjudicada por cerca de 600 mil euros, é “uma obra importante” para o concelho e para a região “pelo simbolismo” que possui.

A casa está associada à vida e obra de Vergílio Ferreira, considerado “um grande escritor nacional”, lembrou.

A adaptação da “Villa Josephine” a “Casa-Museu Vergílio Ferreira com Residência Artística” representa a concretização de “um compromisso que o município tinha assumido” perante os habitantes do concelho e da aldeia de Melo, de onde o escritor era natural.

“Finalmente a obra está adjudicada e, agora, é tratar das últimas questões burocráticas já com o empreiteiro e arrancar o mais depressa possível com a obra”, disse o autarca.

Luís Tadeu explicou à Lusa que as obras incluem a criação de espaços novos, como um pequeno auditório a conceber no rés-do-chão da moradia.

“Vamos manter intacto o corpo central da casa. Mantê-lo como espaço de visitação, para quem visitar a casa se aperceber de como estava e qual era o ambiente que Vergílio Ferreira vivia. E vai ter um último piso, que vai ser uma residência artística”, explicou.

Para a residência artística o município de Gouveia irá convidar e desafiar artistas e escritores a “estarem ali um tempo” e, no final, “apresentarem um trabalho relativamente a Melo ou a Vergílio Ferreira ou a outro aspeto (…), mas que seja um trabalho artístico que ficará sempre associado à sua passagem pela ‘Villa Josephine’”.

O presidente da autarquia de Gouveia considera tratar-se de um ativo cultural de grande importância para o concelho e para a região.

A par do Roteiro Vergiliano estão a ser preparados festivais literários centrados na “Villa Josephine” de Melo, indicou.

O projeto de transformação da casa onde o escritor Vergílio Ferreira costumava ficar quando se deslocava à sua aldeia natal, foi apresentado pela Câmara Municipal de Gouveia na cerimónia de anúncio do vencedor do Prémio Literário Vergílio Ferreira 2018, atribuído à obra “Que possível ensaio sobre a verdade em Vergílio Ferreira”, de Maria do Rosário Cristóvão.

O município adquiriu o edifício por 75 mil euros.

Jorge Costa Lopes, investigador da obra de Vergílio Ferreira, referiu na apresentação do projeto que o edifício “não conserva quaisquer documentos ou materiais” do escritor, mas está ligado ao romance “Para Sempre”.

Vergílio Ferreira nasceu na aldeia de Melo, no concelho de Gouveia, distrito da Guarda, a 28 de janeiro de 1916, e morreu a 01 de março de 1996.


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