GNR da Guarda cria manual de investigação de incêndios florestais

O Manual de Investigação de Incêndios Florestais que está a ser utilizado pela GNR a nível nacional foi elaborado por dois elementos do Comando Territorial da Guarda, disse hoje à agência Lusa fonte da instituição.

Segundo o tenente-coronel Cunha Rasteiro, chefe da secção de operações e informações e relações públicas do Comando Territorial da GNR da Guarda, o compêndio resultou do trabalho dos mestres florestais principais Manuel Dinis e Elmano Silva, do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (Sepna).

O manual, publicado em maio deste ano, surgiu “da necessidade imperiosa de munir os operacionais dos Núcleos de Proteção Ambiental, envolvidos na problemática dos incêndios, de informação e documentação indispensável ao exercício das suas funções”, disse o responsável.

“Digamos que o objetivo fundamental deste manual é, por um lado, sistematizar todo o modelo de investigação e, por outro, procurar disponibilizar todos os documentos necessários e exemplos práticos para que o investigador das causas dos incêndios rurais possa, de uma forma expedita e padronizada, socorrer-se do apoio indispensável à exercitação da sua atividade, prosseguindo uma linha de orientação homogénea”, acrescentou.

O Manual de Investigação de Incêndios Florestais elaborado pelos dois elementos que prestam serviço no Comando Territorial da GNR da Guarda reúne documentação já existente, mas “que se encontrava dispersa e avulsa”, lembrou o tenente-coronel.

O instrumento de trabalho agora em uso é um documento “dinâmico” e está “sempre aberto à melhoria através da introdução de novas técnicas”, segundo Cunha Rasteiro.

O responsável valoriza o trabalho dos autores, que foi elaborado em cerca de um ano, referindo que “é sempre gratificante” para o Comando Territorial da GNR da Guarda “ter elementos na dianteira de uma área tão importante como é a investigação e a determinação da causa dos incêndios” florestais.

O documento foi “muito bem acolhido no comando superior da GNR” e hoje “constitui doutrina a nível nacional para todos os elementos e militares que trabalham nesta área”, contou Cunha Rasteiro.

O Manual de Investigação de Incêndios Florestais, com cerca de 200 páginas, é composto por vários capítulos, nos quais são abordadas matérias como “comportamento do incêndio rural”, “investigação”, “relação das provas recolhidas”, “validação dos objetos apreendidos” e “relatório de validação”.

Entre os dias 01 de janeiro e 13 de outubro, o Comando Territorial da GNR da Guarda registou 673 incêndios florestais e investigou 661, que deram origem a 346 autos criminais e a 27 contraordenações.

Os militares concluíram que 98 dos fogos foram originados por causas desconhecidas, 407 por negligência, 81 por dolo, 42 por reacendimento e 33 por causas naturais.

Naquele período, a GNR identificou 48 indivíduos e deteve 14 por suspeita de crime de incêndio.


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