Furtos de água e luz custam 82 milhões por ano

Na água, furtos e erros de medição trazem prejuízos a rondar os 32 milhões de euros. Na eletricidade, ascendem aos 50 milhões.

Todos os anos, e devido a ligações abusivas, viciação de contadores ou manipulação de potência contratada, a EDP e o Estado têm prejuízos que ascendem aos 50 milhões de euros. Já no setor da água, as perdas rondam os 32 milhões de euros. Os números são revelados pelo Jornal de Notícias esta quarta-feira: no que diz respeito à eletricidade, o número de fraudes não tem parado de crescer e se em 2012 eram detetadas cerca de 14 mil fraudes por ano, em 2014 foram 40 mil. Os prejuízos, disse ao JN fonte da EDP Distribuição, são da empresa e do Estado, que perde os 23% de IVA na faturação em falta.

A EDP já reforçou as equipas no terreno e os mecanismos de controlo remoto para detetar as fraudes, que em muitos casos são denunciadas pelas alterações nos históricos de consumo. Ou seja, quando a energia consumida numa casa se torna anormalmente baixa, a EDP aciona as equipas para que averiguem se se trata de burla e eliminar eventuais ligações ilícitas.

No setor da água, indica o JN, não é possível contabilizar o número de furtos, devido ao número de empresas fornecedoras, públicas ou privadas. Mas as “perdas aparentes” – erros de medição e furtos -, garantiu ao jornal fonte da Entidade Reguladora dos Serivços de Água e Resíduos (ERSAR), significaram em 2013 (último ano com dados concretos) 56,5 milhões de metros cúbicos de água. O JN aplica o número ao município do Porto, por exemplo, onde essas perdas representariam cerca de 32,7 milhões de euros. Os números de 2014 ainda não estão disponíveis, mas os dados preliminares revelam que a tendência se mantém. Porém, destaca fonte da ERSAR, estas estimativas incluem, além dos furtos, os erros de medição.

A forma mais utilizada para desviar a água é a ligação direta a montante do contador, adianta o JN, mas outras técnicas passam por bloquear o próprio contador, com alfinetes ou brocas. As coimas para os infratores podem oscilar entre os 1500 a 3740 euros, para pessoas singulares, ou entre 7500 euros e 44 890 euros para empresas.


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