Mais de 500 mil garrafas de vinhos DOC e VRB foram vendidas no estrangeiro no ano passadoAs exportações de vinhos da Beira Interior cresceram quase 20 por cento no ano passado, comparativamente a 2009, revela a Comissão Vitivinícola. «A venda de vinhos DOC e VRB da região para o estrangeiro já representam 21,7 por cento do total, tendo sido exportadas mais de 500 mil garrafas em 2010», adianta Rodolfo Queirós, responsável pelo departamento técnico da Comissão Vitivinícola da Região da Beira Interior (CVRBI).
Segundo este técnico, os principais países de destino são os Estados Unidos, Angola, Brasil, China e Canadá, enquanto na União Europeia o destaque vai para os mercados francês, britânico, alemão e luxemburguês. «Em relação ao número de garrafas de vinhos DOC vendidas durante 2010 registámos um crescimento de 41,6 por cento quando comparado com o ano transacto. Este dado mostra o crescimento que a região está a ter nos mercados internacionais, o que é fruto da qualidade cada vez maior dos vinhos produzidos na Beira Interior», sublinha Rodolfo Queirós. O responsável justifica também esta subida com o facto de haver agora na região «mais massa crítica e uma aposta clara na internacionalização dos seus vinhos por parte dos operadores». E o futuro parece ser encarado com optimismo: «A região exporta vinhos para mais de 25 países e, apesar dos indicadores económicos não serem os melhores para o próximo ano, a nossa expectativa é que em 2011 se consolide este crescimento global em número de garrafas de vinho DOC Beira Interior introduzidas no mercado», refere.
De resto, a CVRBI sublinha que a aposta nos mercados terceiros continuará «a centrar-se nos Estados Unidos, Canadá, Brasil e Angola» no próximo ano. Nesse sentido, estão previstas acções no Canadá e Estados Unidos, depois de Angola e Brasil, onde a Beira Interior tem surgido juntamente com a Bairrada e o Dão. Paralelamente, nos últimos meses têm vindo à Beira Interior importadores e jornalistas desses países com o intuito de mostrar a região e aproveitar as oportunidades de negócios daí resultantes. O mercado interno também vai ficar a conhecer melhor os nossos vinhos este ano, já que a CVRBI viu aprovado um projecto que consiste na elaboração/distribuição de folhetos informativos e na organização de provas na Beira interior e nas principais cidades portuguesas. Em termos de vindimas, a Comissão estimava que a última campanha resultasse num aumento da produção na ordem dos 15 por cento relativamente a 2009, devendo situar-se nos 22 milhões de litros de vinho. A CVRBI conta actualmente com cinco adegas cooperativas e cerca de 30 produtores engarrafadores. Segundo o Ministério da Agricultura, as exportações de vinho registaram no ano passado o «maior valor de sempre», na ordem dos 600 milhões de euros.