Escola de verão procura soluções arquitetónicas para Barca d'Alva

A PARarquitectura vai analisar o património urbanístico e natural da localidade de Figueira de Castelo Rodrigo e propor formas de renovar ou reconverter espaços.

Refletir Barca D’Alva numa perspetiva arquitetónica e urbanística para encontrar soluções que possam ser aplicadas no terreno. Pode resumir-se assim a PARarquitectura: uma “summer school” organizada por duas doutorandas e outra ex-aluna da Universidade da Beira Interior (UBI), que começa domingo, naquela localidade do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. São 19 os participantes inscritos num evento que vai trabalhar as vertentes “Local”, abordando possíveis intervenções no Centro Náutico, “Urbano”, que terá como local de propostas a zona ribeirinha, na sua relação com o rio Douro, e “Territorial”, que irá trabalhar a localidade e a ligação às fronteiras e os distritos vizinhos. “A designação do projeto é PAR – Pensamento, Ação e Reflexão e pretende resultar na criação de ideias, propostas e projetos, não se ficando só na análise. O grupo vai trabalhar e no dia 14 haverá material para apresentar”, salienta Telma Rebela, uma das alunas de 3.º Ciclo do Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura da UBI (DECA). Esta é uma das ideias fortes do programa da escola de verão que durante oito dias se instala num dos concelhos do distrito da Guarda mais interiores. A zona é pródiga em estruturas que devido ao despovoamento foram deixando de ter utilidade e que podem agora ser objeto de reconversão e aproveitamento. É o que acontece em Barca D’Alva, localidade fronteira ao rio Douro onde existe um Centro Náutico de construção recente ao lado das antigas linha e estação dos caminhos de ferro que faziam parte do troço da Linha do Douro desativado. “Barca d’Alva que é um sítio extremamente singular. Tem um microclima, tem a antiga estação, criaram ali uma estrutura, um centro náutico que nunca funcionou, mas ao mesmo tempo há um fluxo enorme de turismo. Eles fazem um passeio do Porto a Barca d’Alva, que é o limite da navegabilidade do Douro, e o presidente da Câmara, em conversa comigo e as colegas, levantou algumas questões que ele precisa que sejam analisadas para que tenhamos algumas respostas. A nossa ideia é mesmo corresponder a isso”, acrescenta Telma Rebelo acerca do evento que acabou por ser organizado com o apoio da autarquia. A “summer school” tem um programa que junta a reflexão teórica – todas as manhãs há conferências com especialistas da área – aos ateliês, da parte da tarde, onde serão trabalhadas as ideias das três vertentes que constituem os objetivos do evento. À noite, o tempo será ocupado com tertúlias culturais com cinema, música e teatro. “São um momento para envolver a população. Serão agradáveis e de descontração, mas o objetivo principal é chamar a atenção das pessoas e, assim, criar algum vínculo e alguma proximidade”, explica Telma Rebelo, organizadora da PAR juntamente com as doutorandas Andrea Monteiro Vicente (DECA-UBI) e Filomena Nascimento, atualmente na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa. Fizeram ainda parte da organização os docentes Miguel Santiago, Jorge Marum, Jorge Jular.

COVILHÃ RECEBE “WINTER SCHOOL”

Depois da “summer school”, os promotores pretendem promover uma “winter school”, em janeiro, na Covilhã. De acordo com Telma Rebelo, terá os mesmos propósitos do evento de Barca d’Alva, escolhendo como foco de trabalho o centro histórico da cidade serrana. “Sempre com a ideia de criar projetos que possam ser aplicados. Que haja ali uma plataforma útil, de ajuda e soluções, para despertar o pensamento crítico, não só dos que vão participar na escola, mas também da população. Porque a ideia, no final, é a divulgação dos resultados e isso vai ser disponibilizado para a Câmara, para a UBI e para a população em geral”, conclui Telma Rebelo.


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