Empresas da Guarda têm falta de mão de obra especializada

Segundo o presidente do NERGA, Orlando Faísca, “de uma forma geral, todos os setores [de atividade] estão necessitados de mão de obra”.

Um estudo realizado pela Associação Empresarial da Região da Guarda – NERGA revela que as empresas do distrito têm falta de mão de obra especializada, disse hoje à agência Lusa o presidente da organização.

“Fizemos um estudo em três setores, nomeadamente logística, hotelaria e construção civil, e responderam 148 empresas ao nosso questionário a referir que existe falta de mão de obra”, disse.

Segundo o presidente do NERGA, Orlando Faísca, “de uma forma geral, todos os setores [de atividade] estão necessitados de mão de obra”.

O estudo do NERGA concluiu que “o que mais as empresas referiram foi a falta de recursos humanos residentes”.

No estudo foram auscultadas 148 empresas das áreas da construção civil, turismo, transporte e logística, e nas categorias profissionais com mais necessidade de contratação destacam-se pedreiros, motoristas de pesados, encarregados de obra, serventes e carpinteiros.

As empresas também evidenciam algumas dificuldades na contratação de empregados nas categorias de engenharia civil, assistente turístico, empregado de limpeza, gestão/administração, assistente de cozinha, cozinheiro e empregado de mesa.

O NERGA também avaliou a recetividade das empresas em relação a estágios, sendo que, das 148 abordadas, 52% mostram-se recetivas a estágios profissionais, 33% a estágios de verão e 15% a estágios curriculares.

O estudo foi realizado com o objetivo de o NERGA poder “agir em articulação com as entidades formativas regionais (Escolas Profissionais, Instituto de Emprego e Formação Profissional, Instituto Politécnico da Guarda e outros)”.

A associação empresarial ainda está a analisar dados de empresas nas áreas dos serviços, nomeadamente comércio, saúde e serviços gerais, mas disponibilizou-se “para fazer a interligação de forma mais célere entre as entidades formativas e as empresas da região, de forma a implementar os estágios de verão e curriculares”.

“Temos que inverter a situação de duas formas. A curto e médio prazo é tentarmos que haja um equilíbrio entre a oferta e a procura das Escolas Profissionais, pelas empresas, através de estágios curriculares ou de verão”, defendeu Orlando Faísca.

Para o responsável, se os alunos “forem bem acarinhados, bem tratados, se houver condições profissionais”, serão “um potencial colaborador [para as empresas] daí a um ou dois anos”.

Outra ideia é “tentar fazer chegar às Escolas Profissionais as necessidades das empresas” da região, referindo o responsável que “não é de bom grado que existam formações que depois não têm empregabilidade”.

Ao Governo, o dirigente empresarial pede medidas como a aplicação de “custos de contexto competitivos para a região”, seja ao nível das portagens, da habitação ou da fiscalidade para as empresas e para as pessoas.

“Há um conjunto de necessidades que, se conseguirmos atingi-las, poderemos atrair investimento e recursos humanos para a nossa região”, assumiu Orlando Faísca.

Na opinião do responsável, ir buscar recursos humanos ao estrangeiro “é mais difícil”, por isso admitiu que será mais fácil “captar aqueles que ainda estão” no território.


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