Empresários, utentes e sindicatos criticam silêncio do Governo sobre A23 e A25

Sublinham que a abolição das portagens seria uma medida concreta com verdadeiro impacto imediato na atividade das empresas do interior.

Empresários, comissão de utentes e sindicatos de Castelo Branco manifestaram hoje o seu descontentamento pela ausência de respostas do Governo às interpelações sobre a abolição de portagens nas autoestradas 23 (A23) e 25 (A25).

“É intolerável que este assunto não conheça desenvolvimentos por parte do Governo, apesar do consenso gerado na região, com a reconhecida imprescindibilidade do fim deste imposto indireto sobre as empresas e pessoas da região”, refere em comunicado a Associação Empresarial da Beira Baixa (AEBB).

No documento, subscrito pela AEBB, Comissão de Utentes da A23 (CUABI), Empresários pela Subsistência do Interior (ESI) e União dos Sindicatos de Castelo Branco (USCB), é explicado que aguardam desde junho que o Ministério Do Planeamento e das Infraestruturas, Comissão de Economia e Grupos Parlamentares, com exceção do PCP, respondam às interpelações sobre a abolição das portagens na A23 e A25.

“Temos assistido, num passado bem recente, às vozes de alguns autarcas, que apresentaram a exigência do fim das portagens, como passo decisivo no desenvolvimento regional”, referem.

As quatro entidades signatárias do documento decidiram enviar novos pedidos de audiência sobre esta temática ao secretário de Estado do Planeamento e das Infraestruturas, Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas e Grupos Parlamentares.

“O intuito dos pedidos de audiência conjunta visa, entre outros, apresentar preocupações e perspetivas sobre questões relacionadas com acessibilidades da região, nomeadamente as portagens nas ex-Scut A23 e A25, e também saber em que estado se encontra a programação do IC31, linhas da Beira Alta e Beira Baixa”, lê-se na nota.

Adiantam ainda que numa altura em que estão na ordem do dia políticas de coesão territorial e social, que têm objetivos claros de contrariar uma trajetória insustentável de esvaziamento das regiões do interior, é premente voltar a olhar para a problemática do peso das portagens na economia das empresas e dos cidadãos.

E, invocando o Programa Nacional para a Coesão Territorial, sublinham que a abolição das portagens seria uma medida concreta com verdadeiro impacto imediato na atividade das empresas do interior e, consequentemente, do respetivo desenvolvimento económico desta região.

“Existindo atualmente vários sinais de recuperação ao nível do crescimento económico e da diminuição do défice, é absolutamente necessário colocar esses sinais positivos ao serviço do país e, muito concretamente, do interior”, sustentam.

As entidades signatárias dos pedidos de audiência mostram-se expectantes de que seja possível serem ouvidas por aqueles que têm um papel preponderante nas matérias legislativas, mas também de planeamento e análise das condições sociais e económicas do país.

“É possível fazer avanços em relação a esta matéria, na fase que se aproxima, de negociação do Orçamento do Estado para 2018”, concluem.


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